Olá, queridos!
Sim. Eu desapareci... De novo! Minha última postagem data de 25 de junho do presente ano. Acredito que nunca antes fiquei ausente do blog por tanto tempo.
Eu queria muito aparecer antes, pelo menos uma vez por mês, mas me deixei levar pelo excesso de responsabilidades, obrigações e deixei de viver para mim mesma. O preço foi bem alto. Além de ter me afastado da leitura e de tudo o que me dava prazer, me deixava mais leve, tive como consequência mais grave a piora de dois problemas que eu já tinha (depressão moderada e ansiedade generalizada). Os últimos meses foram terríveis.
E depois de ter parado na emergência duas vezes num curto período de tempo, de não mais conseguir dormir e estar em paz um só instante do dia, decidi pedir férias do meu emprego. Finalmente acordei e entendi que não estava doente só pelo luto pela morte da minha princesa Luana e por meus problemas pessoais.
Sentei e analisei que muitos dos momentos de crise intensa coincidiam com períodos de maior carga de trabalho, prazos e obrigações. Eu estava sobrecarregada no trabalho e me sobrecarregava fora dele, pois quando o expediente terminava, eu não conseguia parar de pensar que não tinha cumprido todos os prazos, não tinha respondido todos os e-mails e atendido a demanda de todos os clientes. Mas não entendia que era uma só pessoa e não adiantava tentar exigir de mim mesma mais do que eu era capaz de fazer.
Depois de ter precisado recorrer a medicação SOS para conseguir dormir (e mesmo assim dormir muito mal), pedir minhas férias (meu direito) foi atender a um pedido de socorro da minha mente e da minha alma. Eu reconheci que embora na maior parte do tempo goste muito do meu trabalho (embora algumas situações estejam me entristecendo e decepcionando), estava precisando de uma pausa senão não iria aguentar. O Burnout existe aí e não quero chegar ao ponto de ser atingida por ele. Lidar com a depressão e a ansiedade já é bem difícil. Já é sofrimento suficiente. Quem passa por isso sabe bem como é...
E por que estou falando de tudo isso? Primeiro porque lhes devia uma explicação pelo meu longo desaparecimento daqui. Sei que hoje em dia as pessoas quase não acessam blogs, tudo é Youtube, Instagram ou TikTok, mas ainda tenho leitores fiéis aqui. E este sempre será o meu cantinho querido. Não consigo me adaptar às outras redes sociais, de compartilhamento de literatura. Me sinto bem quando escrevo no blog. Me sinto em paz aqui. Sempre serei uma "blogueira literária", mesmo quando ninguém mais parar para ler um post em blog. O blog faz parte de mim. O Emoções à Flor da Pele é como uma extensão de mim mesma. Estar distante doía.
O segundo motivo para eu estar falando de esgotamento físico e mental por conta de excesso de trabalho, depressão e ansiedade, é que tais temas precisam deixar de ser tabus. Assim como as doenças do corpo, as doenças da mente precisam ser reconhecidas e tratadas. Houve uma época da minha vida em que eu me negava a dar importância para o que a minha mente "sentia" e como isso se refletia em tudo. Eu acreditava de verdade que não era algo tão importante e que podia resolver sozinha, bastava desviar a mente para outros assuntos, me ocupar e só dormir quanto estivesse bem cansada, sem conseguir mais ficar de olhos abertos. Mas depois de algumas crises bem dolorosas vividas neste ano, quando parecia que eu iria enlouquecer de tanta dor e estive bem perto de desistir da vida, eu disse para mim mesma que assim como trataria uma infecção com antibiótico, era preciso tratar as doenças da mente com as medicações certas e a terapia necessária. Desde então venho me tratando. Não é fácil. Nada fácil. Mas desistir não é o que quero. Embora a depressão diga que a morte é o "alíviio" e a ansiedade muitas vezes me impeça de enxergar as coisas como realmente são, sei que não sou essas doenças. Que elas não podem mudar ou anular o que realmente sinto e sou. A vida é linda, mesmo com todas as decepções, obstáculos e sofrimentos que fazem parte dela.
Respirar é belo. Olhar os pássaros cantando... Ouvir o barulho do mar, sentir o calor dos meus gatinhos, que são meus filhos de coração, não tem preço. São momentos preciosos. Nos piores momentos vividos neste 2023 foi a conexão com a natureza que me trouxe de volta do desespero, que me fez retomar o controle e tentar de novo. A natureza, os animais, as plantas... Me salvaram muitas e muitas vezes este ano.
Eu sou um ser humano. E durante muito tempo me vi mais como uma máquina do que como uma pessoa. Deixava de dormir para trabalhar. Meu expediente vai até às 18:00 horas, mas já aconteceu de eu sair 19:30h, 20:00 e até mesmo 21:00h para tentar dar conta de coisas que ultrapassavam em muito o trabalho que podia ser feito por uma pessoa só. Graças a Deus, agora tem outra pessoa trabalhando no mesmo setor que eu, alguém com quem poderei dividir tudo igualmente. E é o que pretendo fazer ao retornar das férias. Deixar de assumir todas as responsabilidades e facilitar sempre para os outros. Eu preciso me respeitar. Preciso cuidar da minha saúde física e mental. Delegar é necessário.
Algumas vezes falei de temas complexos aqui no blog. Temas importantes e recebi comentários e e-mails de pessoas que disseram que precisavam justamente ler aquilo. Como aconteceu no caso da resenha do livro No Escuro, por exemplo, quando falei de violência doméstica.
Nem sempre dá para falar apenas de temas fáceis e leves. Este desabafo além de servir para aliviar minha própria alma, espero que também possa te ajudar caso você esteja passando por aqui e precisando ler algo assim.
Querido, trabalho nenhum vale sua saúde mental. Às vezes não é nem questão de mudar de emprego, mas de estabelecer limites. De entender que você não é uma máquina, que não pode ir além dos seus limites, que tem uma vida para além do trabalho. Às vezes é preciso sentar e refletir para perceber o que não está mais funcionando e mudar o que seja preciso mudar. A vida é única. Só se vive uma vez. Se permita respirar, viver... Se permita olhar para dentro de si mesmo. Se cuide muito!
Em breve trarei posts de livros, novelas e séries! :)
Estou realmente de volta! Não mais vou abrir mão do meu querido cantinho!
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