Literatura Inglesa
Título Original: Sicilian's baby of shame
Tradutor: Rafael Bonaldi
Editora: Harlequin
Edição de: 2018
Páginas: 187 (Kindle Unlimited)
26ª leitura de 2021 (19ª resenha do ano)
Sinopse: Seduzida, humilhada e grávida! Sophie sempre quis trabalhar no hotel Grande Lucia. E sabia bem quais eram as regras. Contudo, quando foi entregar o serviço de quarto para Bastiano, um magnata sem coração, ficou tentada a assumir o risco de entregar seu corpo a ele. Bastiano é um homem sem escrúpulos, disposto a tudo para alcançar seus objetivos, mas tem uma crise de consciência quando Sophie é demitida pela indiscrição dos dois e desaparece. Com os pensamentos preenchidos pela preocupação, Bastiano decide se assegurar que ela está bem. Quando a encontra, descobre que Sophie está trabalhando em um bar para um homem perigoso, foi deserdada e está grávida... do seu filho! Rejeitado pela própria família, Bastiano está determinado a assumir a criança... e seduzir a teimosa Sophie até que ela aceite usar sua aliança!
Quando um livro faz bem ao seu coração, ele é completamente digno de 5 estrelas. Todos os critérios são preenchidos.rs
Feliz. Foi assim que me senti ao terminar esta leitura. Não, o livro não é perfeito, possui algumas falhas, mas me fez bem. Me fez feliz. Me provocou sorrisos e lágrimas. Esqueci o mundo e não larguei a história até terminar de lê-la. Este livro mexeu com meu coração. Eu sentia quando os personagens sofriam. Sorria como uma boba quando estavam contentes... Simplesmente me envolvia por inteiro com as emoções deles.
Tudo foi rápido e intenso. Por ser um livro de menos de 200 páginas, ele te joga do céu ao inferno quase ao mesmo tempo. Num instante, você está sorrindo, apaixonada pela paixão que une os protagonistas. Amando amá-los... (Apaixonada pela paixão, amando amá-los... Você está boba hoje, né, Luna? Sim!!! De tão feliz por CULPA da história!) e no instante seguinte acontece algo para te fazer chorar. Confesso que não esperava por aquilo e não sei quem ficou com o coração mais ferido, se a mocinha ou eu.kkkkkk Realmente chorei com a cena. Senti raiva e muita tristeza. E demorei mais tempo do que ela para perdoar.kkkkk
Neste livro temos a história de dois personagens muito fortes, daqueles que não conhecem o significado da palavra "desistir". Não se conformam com destino, não permitem que decidam o que podem ou não fazer, que futuro irão ou não ter. Tomam as rédeas de suas próprias vidas e constroem seus próprios caminhos, mesmo que isso signifique sofrer e perder até chegarem onde desejam.
Sophie era uma jovem de 24 anos que cansou de viver a vida que seus pais e irmãos queriam. Foi obrigada a parar de estudar porque seu pai arranjou um emprego para ela numa padaria, ainda em sua adolescência. Tudo era sempre conforme a vontade deles e o mais absurdo foi escolherem até mesmo com quem ela iria se casar. Na cabeça deles, Sophie tinha que aceitar calada e com um sorriso doce no rosto, mesmo que seu futuro marido tivesse mais que o dobro de sua idade e planejasse mantê-la sempre grávida.
Sem alternativa, ela fugiu de casa e da única realidade que conhecia e foi morar em Roma, mesmo sem ter um teto ou trabalho. Acabou por arranjar um emprego como camareira num grande e famoso hotel, que para ela era mais que um sonho: não recebia nenhuma maravilha de salário, mas era suficiente para dividir o aluguel com outras duas jovens e ter a independência que tanto buscava. Seu emprego a fazia feliz, pois a equipe inteira era gentil e se tornou uma espécie de família para ela. Se dava bem com quase todo mundo, até mesmo com os hóspedes. Sua única tristeza era não ser perdoada pelos pais, mas sabia que tinha feito a escolha certa. Não iria se casar por conveniência e condenar a si mesma a uma vida submissa a um homem que já detestava... Casaria apenas por amor e levaria a vida que bem entendesse.
Bastiano Conti era um bilionário que tinha conhecido a pobreza e a rejeição por toda sua infância e adolescência. Tendo perdido a mãe ao nascer e sem saber quem era o seu pai, foi "acolhido" pelos tios maternos contra a vontade deles, apenas por obrigação. Qualquer presente ou guloseima era sempre dada aos filhos de seus tios e nunca dividido com ele. Sempre deixavam claro o quanto era um estorvo e que nunca seria querido por ninguém.
Mesmo contra a vontade de sua família, fez amizade com Raul, um menino que também vinha de um lar problemático, cuja mãe era vítima de violência doméstica. Eles dividiam seus sonhos e frustrações e acreditavam que seriam amigos para sempre, até que uma grande tragédia os separou, transformando-os em inimigos... Uma inimizade que persistiu pela vida adulta e motivou até mesmo as suas escolhas de negócios.
Foi por isso que Bastiano se hospedou no Hotel Grande Lucia, disposto a comprar o hotel apenas para frustrar os planos de Raul... e lá acabou conhecendo Sophie... alguém bem diferente de qualquer pessoa que já tivesse passado por sua vida. Ela era tão espontânea e sorridente, tão verdadeira e crédula... Por um dia resolveu ser o que ela acreditava que ele fosse. Uma relação com ela jamais teria futuro, mas poderia se permitir um dia... Apenas um dia sem ser o homem que todos desprezavam.
"- Eu sinto como se conhecesse você - disse ela."
Mas os momentos de paixão, entrega e sorrisos não demoram a ter um amargo fim... Levando Bastiano de volta ao mundo de frieza e vazio que conhecia e fazendo Sophie conhecer a dor de ter seu coração feito em pedaços pela pessoa em quem escolheu confiar. Porém... quando o sentimento é mais forte que a vontade de duas pessoas feridas pela vida.... algumas pontes podem ser reconstruídas.
Eu não sou a maior fã de histórias nas quais os casais acabaram de se conhecer e já vão para a cama e "do nada" estão apaixonados. Geralmente são histórias que parecem muito fúteis e se desenvolvem com aquela coisa de glamour, arrogância e humilhação: mocinho podre de rico, mocinha que fica deslumbrada pelo mundo dele, mocinho que pisa na mocinha por ela ser pobre e a tonta que aceita ser maltratada para depois ele dizer que sempre a amou. Geralmente essas histórias seguem esse caminho. E falo com conhecimento, pois já li centenas (sim, realmente centenas!) de livrinhos assim, já que os romances de banca sempre fizeram parte da minha vida e mesmo minhas autoras preferidas do gênero amam enredos do tipo. Mas a Carol Marinelli conseguiu pegar uma trama já "batida" e escrever de uma forma que tornou tudo muito envolvente e nos fez acreditar na forma natural como aconteceu. Nos fez acreditar nos personagens, nos sentimentos deles, em como tudo aconteceu.
"Sophie chegara sem aviso. Entrara no palco da vida dele, mas havia muitos escombros por ali, muitos danos, e ele não sabia como arrumar tudo."
Eu fiquei encantada já nas primeiras páginas! Sophie é aquele tipo de pessoa (sim, vou chamá-la de pessoa!) que faz sorrir todos que a conhecem. Ela se permite ser ela mesma em qualquer ambiente. Ser livre, ser feliz. Não se consumir por tristezas, mas se permitir ver o que de bom tem em cada dia. E embora tenha sido treinada para falar apenas o estritamente necessário com os hóspedes... ela não consegue.rs É assim que seu caminho se cruza com o de Bastiano. Ele tinha acordado de mal com a vida, com uma baita ressaca e Sophie foi levar o serviço de quarto, embora geralmente não ficasse responsável por aquele andar. Mas estava fazendo um favor para outra camareira e agiu da maneira espontânea que era sua característica. Bastiano acabou encantado com sua personalidade, com seu sorriso, com a forma como ela se preocupou com ele como pessoa e não como alguém que tinha dinheiro e era um hóspede. Ela o tratou como igual, mesmo sabendo que não eram.
Antes que eles percebessem... estavam conversando. Contando coisas um para o outro e isso era totalmente surreal, inesperado. Um tanto louco, pois eram desconhecidos. Uma das primeiras cenas que amei foi quando ela desceu, pois seu turno tinha encerrado e passou na cozinha do hotel para comer alguma coisa deliciosa antes de ir para casa e quando o chef lhe ofereceu um brioche que tinha acabado de sair, ela resolveu fazer um prato para o Bastiano e levar até seu quarto, pois sabia que o café da manhã "chique" que ele próprio tinha pedido não o agradou. O que amei foi que ele ficou tocado pelo gesto dela e a convidou para tomar o café da manhã com ele, e ela sentou ao lado dele na cama com a maior naturalidade e voltaram a conversar como se não fossem camareira e hóspede, mas dois amigos que tivessem se reencontrado.kkkkk
Claro que a química começa, né? Quando ela decide ir embora, pensa em como gostaria que sua primeira vez fosse com alguém de quem ela tivesse gostado como gostou dele. Sabia que não era amor nem nada, mas tinha prometido a si mesma que perderia a virgindade quando quisesse e com quem ela sentisse vontade. Que seria uma escolha sua. E ela queria muito escolhê-lo...
"[...] Estou me guardando para alguém que eu queira, na hora que eu quiser."
As coisas acabam seguindo esse rumo. E tudo é tão... Suspiros... Eu amei! Amei o quanto ele se importou com ela, amei como eles realmente pareciam se conhecer, embora nunca antes tivessem se visto. Me apaixonei por tudo ter sido mais que sexo, por ter tido cumplicidade, sorrisos, brincadeiras, conversas... A cena na banheira foi bem divertida! Ela não foi um caso de um dia para ele, por mais que ele tentasse se convencer que sim. E quando tudo terminou... Eu chorei. Chorei muito. De verdade.
O relacionamento não acaba exatamente naquela noite, como a sinopse dá a entender, mas não vou contar como tudo acontece. Só que o momento da separação, que eu nunca imaginei que seria daquele jeito, foi extremamente doloroso. O motivo do Bastiano foi forte, mas eu não esperava que ele fosse agir assim com ela. Justamente com ela! E depois ele sente raiva de si mesmo por ter dado tanta importância a algo que o fez perdê-la. É complicado. Porque nós leitores sabíamos de algo que ele não sabia e é meio injusto eu esperar que ele SOUBESSE, que ele simplesmente acreditasse nela. Mas a verdade é que eu queria que ele tivesse acreditado e ponto final! Dane-se que a conhecesse há pouco tempo! Ele tinha que ter confiado nela. E eu fiquei destroçada. A Sophie leva tempo para perdoá-lo, mas ainda considero que poderia ter demorado mais.kkkkkk Eu sei que ele sofreu. Sei que ele tentou consertar as coisas, sei que jamais se considerou superior à ela nem nada. Que a respeitava, que se preocupava, que queria o bem dela. Mas eu estava com raiva! E quando estou assim quero que os mocinhos sofram mais do que as autoras permitem.rs
"Jamais vou me esquecer de você."
A relação deles é muito linda. A forma como se reencontram... Como ele nunca deixou de pensar nela. Como se preocupava até com as menores coisas. Eu amei muito o Bastiano. Ele é um mocinho digno de ser chamado assim. O erro dele não apaga tudo o que ele e Sophie construíram neste livro. Ele assumiu seu erro, tentou realmente consertar tudo, ser uma pessoa melhor por ela e pelo filho que iria nascer (a sinopse já revela a gravidez, então não é spoiler). Foi impossível não amar este casal! Eles me conquistaram por completo!
Já viram que se pudesse eu ficava aqui o dia inteiro falando sobre a história, né?!rsrs É delicioso amar uma história, poder esquecer da vida... Poder apenas esquecer tudo e me dedicar por inteiro ao mundo dos personagens. E encontrar no livro tantos motivos para sorrir. Suspiros...
Somente após terminar a leitura foi que eu descobri que o livro faz parte de uma série e que provavelmente comecei pelo último.rs Não está identificado como série na capa nem nada, mas existem dois livros que têm ligação com ele, cujas histórias acontecem simultaneamente, mas têm seus desfechos antes desta:
Inocente Mistério - Harlequin Paixão 497 (conta a história do Raul e da Lydia)
Amante do Deserto - Harlequin Paixão 498 (conta a história do Alim e da Gabi)
A ligação com A Escolha da Paixão se dá porque Raul é amigo/inimigo do Bastiano e Lydia foi a mocinha com quem ele pretendia se casar. Alim também é amigo do Bastiano e Gabi é melhor amiga da Sophie. A história dos três casais começa no hotel Grande Lucia, que pertence ao Alim.
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