Literatura Irlandesa
Tradutor: J. F. Stacul
Editora: POE
Edição de: 2020
Páginas: 42
60ª leitura de 2020 (54ª resenha do ano)
Sinopse: Oscar Wilde foi um dos principais nomes da literatura mundial, responsável por uma produção literária que refletia sobre a sociedade inglesa do século XIX, a partir de um rico universo ficcional. Em O fantasma de Canterville, o autor desenvolve uma sátira bem humorada da aristocracia inglesa e um debate profícuo sobre as diversidades culturais existentes entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Além disso, Wilde reconstrói as narrativas de terror, por meio de uma divertida paródia.
Vocês já devem ter percebido que este mês resolvi fazer leituras mais temáticas, tanto pelo mês das crianças quanto pelo mês das bruxas. E nada melhor do que encerrar o mês com uma boa história sobre fantasmas, né?! (se bem que pretendo, se der tempo, publicar a resenha de Frankenstein no dia 31) Só que esta história de fantasma é um tanto diferente.rs
Aqui não temos um conto com o intuito de assustar o leitor, mas sim fazê-lo rir com uma divertida paródia das típicas histórias de terror. O "terrível" fantasma de Canterville, que durante séculos aterrorizava os moradores daquela propriedade e seus visitantes, acaba provando do próprio veneno quando uma peculiar família americana compra a propriedade, com fantasma e tudo, e não demonstra um pingo de medo das diversas tentativas do perverso de transformar suas vidas num inferno. Pelo contrário! Cansados das "gracinhas" do intruso, eles decidem dar-lhe umas tantas lições.
O Sr. Otis, um americano de posses, decide comprar Canterville Chase, mesmo contra os conselhos de seus amigos, que achavam aquilo uma grande tolice, já que a propriedade era conhecida por ser assombrada. Na verdade, o antigo dono também tentara deixar claro que existia um fantasma habitando aqueles cômodos e que nem mesmo ele e seus parentes conseguiram viver no local. Mas o Sr. Otis não se importou, pois não tinha medo de coisas sobrenaturais.
Logo, ele se muda com toda sua família, e o fantasma não demora a começar o seu "trabalho", mas é surpreendido pelo comportamento inacreditável dos novos moradores. Nunca, em todos os seus séculos de morto, tinha sido tão ofendido! Sempre conseguira enlouquecer as pessoas de medo, levando-as muitas vezes à morte, mas agora se via ridicularizado e atormentado, sem saber o que fazer de sua morte e sem ter para onde ir.
O conto é bem engraçado em diversos momentos e somente numa determinada cena sentimos um pouco de tristeza, quando descobrimos as circunstâncias da morte do homem que agora era aquele fantasma. Mas não pensem que ele era um pobre coitado, um inocente injustiçado! Ele tinha sido um homem perverso, que assassinou a própria esposa e depois de alguns anos "desapareceu". Mas mesmo enquanto fantasma, seguia sendo cruel, fazendo as pessoas sofrerem e ficando satisfeito quando conseguia fazê-las se matar ou as levava a completa loucura.
O final é bem satisfatório, algo que eu não esperava, mas que fazia sentido. A personagem Virgínia, filha do Sr. Otis, no início parece que não terá um papel muito importante na história, mas ela tem destaque nos acontecimentos finais.
É um conto bem curtinho e que recomendo! Nos traz um outro lado do escritor famoso por sua perturbadora obra O Retrato de Dorian Gray.
-> DLL 20: Um livro de autor irlandês
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