Autora: Helô Delgado
Editora: Coerência
Edição de: 2017
Páginas: 254
14ª leitura de 2020
"O que você faria se alguém do seu passado voltasse para a sua vida e você tivesse que enfrentar seus traumas?
Sinopse: Uma família peculiar. Uma mãe rigorosa. Um romance. Aos 27 anos, Vivian é uma adulta marcada por seu passado e leva uma vida reservada. Não confia em quase ninguém e acredita ser incapaz de amar. Quando menos espera, depara-se com uma situação delicada, a qual evita por vários anos: a necessidade de buscar ajuda profissional para falar sobre seu passado, seus sentimentos e enfrentar seus conflitos mais profundos.
Eu achava que 2019 tinha sido um ano extremamente difícil. E realmente foi. Mas acredito que muitos de nós estão sentindo falta dele, não é? :( Ninguém, ninguém mesmo, poderia imaginar que 2020 nos traria um pesadelo tão grande.
Só neste início de ano já tivemos chuvas fortíssimas, enchentes, desabamentos, mortes causadas por essas chuvas e agora esse vírus maldito, que está tirando a vida de milhares de pessoas pelo mundo. Eu estou completamente chocada e muito, muito angustiada. Minhas leituras, que já estavam afetadas por conta de tudo o que passei com as chuvas, ficou ainda mais prejudicada. Isso porque eu já sofro de ansiedade e essa grande quantidade de informações sobre o coronavírus me fez ter crises de ansiedade. E é uma luta para conseguir controlá-las e ficar bem.
Mas de nada nos adianta entrar em pânico. É momento de mantermos a calma e seguirmos as orientações do Ministério da Saúde e dos especialistas. Por isso, peço POR FAVOR, que todos que puderem ficar em casa, fiquem!!! Não saiam! Lavem as mãos com frequência (com água e sabão), passem álcool em gel a 70%, evitem aglomerações, evitem contatos físicos, tenham cuidado especial com idosos e pessoas com doenças crônicas e/ou que afetem a imunidade e tornem essas pessoas mais vulneráveis a complicações causadas pelo vírus. Vamos todos ter amor a nós mesmos e ao próximo!
Tentando manter a normalidade, na medida do possível, continuarei lendo (é momento para lermos ainda mais, pois os livros são ótima companhia para mantermos a sanidade mental durante a quarentena) e postando resenhas no blog. Talvez eu faça também um post com dicas especiais de leituras para aliviarmos nosso coração durante esse período.
Quando comecei a leitura deste livro não fazia ideia do que esperar. Imaginava que tinha um certo drama, algo envolvendo acontecimentos do passado da protagonista. Mas não sabia que o livro abordaria assuntos como relacionamentos familiares abusivos. E que a Vivian, mocinha da história, passaria por um trauma tão, mas tão grande.
Ela tinha apenas quinze anos quando o conheceu. Filha de uma mãe controladora e perfeccionista, não tinha contato com o mundo além de sua casa e o quintal da propriedade. A única outra pessoa que via além da mãe e da irmã mais nova (com Síndrome de Down), era a dona Célia, responsável por dar aulas às duas adolescentes diariamente, no interior da casa. Vivian passava cada dia sob o controle da tensão, pois antes de sair para trabalhar a mãe sempre deixava uma lista de afazeres, que a adolescente precisava cumprir com PERFEIÇÃO, caso contrário existiriam consequências. Ela precisava ter um comportamento perfeito e abrir a boca para dizer sempre o que agradasse à mãe. Sentia em seu coração muito medo de desafiar as regras impostas por ela. Não por si mesma, mas pelo que a mãe poderia fazer com Valéria, sua irmã mais nova. Vivian fazia tudo o que podia para protegê-la.
Ela o conheceu numa tarde, durante os breves momentos em que sua mãe a deixava ir ao quintal "respirar" um pouco antes de ficar presa novamente em casa. Nunca o tinha visto por ali e ficou bastante surpresa, mas também de certa forma atraída. Tinham a mesma idade e Vivian ansiava por poder conversar com alguém além da irmã, da mãe e de dona Célia. Seria tão errado assim fazer amizade com outro adolescente?
Mesmo que sentisse que seu contato com Lucas não deveria provocar reprovações, sabia que precisava esconder aquela relação da mãe. Ela não era uma pessoa normal. Nunca se sabia como poderia reagir e Vivian faria todo o possível para ser amiga dele pelo máximo de tempo que conseguisse.
Ao lado de Lucas, ela vive os momentos mais lindos de sua vida. Ainda que se encontrassem escondidos e por poucos minutos, ainda que sentisse que tudo poderia acabar abruptamente, Vivian não desperdiçou nenhum instante que o destino lhe deu. Mas quando tudo chegou ao fim.... foi mais traumático do que qualquer pessoa poderia imaginar. Nada. Nada a preparou para um trauma tão grande.
Agora, aos vinte e sete anos, formada em biologia marinha e com um futuro promissor pela frente, o aparecimento de alguém de seu passado a força a revisitar antigos sofrimentos e encarar as feridas deixadas por toda aquela dor.
A história não é dividida em capítulos, mas em "semanas", conforme acompanhamos as sessões de tratamento da nossa protagonista que decide procurar ajuda psicológica para finalmente conseguir lidar com todas as marcas emocionais deixadas por seu passado (que é realmente muito doloroso). É através de cada consulta que conhecemos os acontecimentos de mais de dez anos atrás, ao passo que Vivian vai se abrindo e contando tudo o que aconteceu até que ela chegasse àquele ponto.
Tudo é contado bem aos poucos, ao longo de trinta e uma semanas. Então, quando a protagonista chega à cena mais dolorosa, não é só a psicóloga que sofre um grande golpe (pois ela também era humana), mas também nós leitores, que ficamos chocados e precisamos interromper por uns minutos a leitura, tentando entender como aquilo poderia ter acontecido. Eu me senti sem chão. Naquele momento a autora conseguiu me fazer chorar, sentir muitíssimo por tudo o que a Vivian passou, sendo apenas uma adolescente.
Eu detestei profundamente a mãe da Vivian. Mulher desequilibrada, doentia. Tratava as filhas como prisioneiras, como se fossem propriedades dela, como se não tivessem sentimento nem nada. Fica mais que evidente, em diversos momentos das lembranças da protagonista, que ela vivia presa a um relacionamento abusivo com a mãe. Não são só companheiros (as), namorados (as), maridos/esposas, que podem prender uns aos outros numa relação tóxica, abusiva. Familiares também podem ser tóxicos. Uma mãe ou um pai pode sim exercer tal controle físico e emocional sobre os filhos ao ponto de se tornar uma relação nociva, doentia.
Conforme Vivian vai lembrando do dia a dia, do medo terrível que sentia, imaginando sempre que a mãe poderia ser capaz de fazer algo muito ruim, nós vamos nos sentindo "sufocados", como se estivéssemos dentro daquela casa com ela, como se passássemos pelas mesmas coisas. É horrível. E aí começam os meus motivos para ter dado 3 estrelas ao livro e não 5 ou 4.
A história da mocinha me atingiu profundamente. É comovente, dolorosa, nos provoca empatia, nos faz sofrer com ela. E torcer para que ela consiga se recuperar e ter o seu sonhado "felizes para sempre". E eu não gostei da maneira como certas coisas foram conduzidas.
Sei que é uma história de perdão e recomeço. De livrar-se de um passado que influenciava toda a vida da protagonista. De conseguir se libertar para ser feliz. Ainda assim, não havia, na minha opinião, necessidade de construir certas cenas. Algo que não posso explicar direito, pois precisaria dar spoilers. Mas o que posso dizer é que senti que todos os personagens (tirando os amigos da Vivian e uma outra personagem) jogavam com ela. O tempo todo. Manipulando, fazendo da vida dela o que bem entendiam. E ela permitia isso. Aquilo não era cura, era se deixar fazer de idiota. Desculpa, mas é assim que penso.
Primeiro, o suposto amor do Lucas pela Vivian não me convenceu. Nem por um instante. Se ele realmente a amava, não sabia como de verdade se ama alguém. O que já me fez tirar uma estrela do livro, pois eu enxergava algo de errado naquela relação. Algo que não era muito saudável (lembrando que é apenas a minha opinião). Mesmo assim, como era acima de tudo a história da Vivian e da sua superação, eu ainda pretendia dar quatro estrelas. Eu já tinha lido 90% do livro e seguia confiante de que daria quatro estrelas. E aí veio a revelação bombástica do livro. Algo que me pegou completamente de surpresa. E a história desandou.
Por quê? Porque foi aí que vi o quanto os personagens jogaram com a Vivian. O quanto brincaram com ela, manipularam, fizeram o que bem entenderam, sem se importar com sua dor, com seus sentimentos. Não se faz algo como aquilo. Nunca. É muito grave. Se eu já não acreditava no amor de certos personagens, depois daquilo se tornou impossível qualquer tentativa de eles me convencerem do contrário. Não tinha mais retorno, sobretudo, porque o livro chega ao fim poucas páginas depois, com a Vivian aceitando como "normal" e "justificável" o grande mal que aquelas pessoas lhe fizeram. Como assim, pelo amor de Deus?! Isso foi surreal para mim.
Isso não significa que acho a história ruim. Na verdade, de modo geral, é muito boa. Extremamente envolvente, faz com que nos apeguemos à protagonista. Sofremos com ela, torcemos para que seja muito feliz. E é provavelmente por isso que me revoltei tanto. Que não aceitei o que fizeram com ela. Seria impossível. Eu queria era socá-los.
Fiquei com raiva da Vivian por permitir que aquela gente fizesse parte de sua vida, quando não eram dignos disso. Fiquei com muita raiva. Mas ao mesmo tempo reconheci que não sou ninguém para julgá-la pelas decisões que ela tomou diante de tudo o que passou, de tudo o que teve que enfrentar. Se era assim que ela conseguiria recomeçar, se era desse jeito que ela encontraria a felicidade, eu precisava aceitar, mesmo desejando esganar aqueles infelizes. Ela era livre para fazer as escolhas que considerasse as melhores para a própria vida. Era um direito dela.
Eu amei a escrita da autora e a admiro por ter conseguido construir toda a história através de semanas de tratamento psicológico da protagonista. É uma maneira diferente de narrar, de conduzir uma história, algo que eu já vi parecido apenas nos suspenses psicológicos da Chevy Stevens (e mesmo assim é um tanto diferente). É muito fácil ler o livro, a narrativa é deliciosa e fiquei com muita vontade de conhecer outras histórias dela.
-> DLL 20: Um livro de autora brasileira
Só neste início de ano já tivemos chuvas fortíssimas, enchentes, desabamentos, mortes causadas por essas chuvas e agora esse vírus maldito, que está tirando a vida de milhares de pessoas pelo mundo. Eu estou completamente chocada e muito, muito angustiada. Minhas leituras, que já estavam afetadas por conta de tudo o que passei com as chuvas, ficou ainda mais prejudicada. Isso porque eu já sofro de ansiedade e essa grande quantidade de informações sobre o coronavírus me fez ter crises de ansiedade. E é uma luta para conseguir controlá-las e ficar bem.
Mas de nada nos adianta entrar em pânico. É momento de mantermos a calma e seguirmos as orientações do Ministério da Saúde e dos especialistas. Por isso, peço POR FAVOR, que todos que puderem ficar em casa, fiquem!!! Não saiam! Lavem as mãos com frequência (com água e sabão), passem álcool em gel a 70%, evitem aglomerações, evitem contatos físicos, tenham cuidado especial com idosos e pessoas com doenças crônicas e/ou que afetem a imunidade e tornem essas pessoas mais vulneráveis a complicações causadas pelo vírus. Vamos todos ter amor a nós mesmos e ao próximo!
Tentando manter a normalidade, na medida do possível, continuarei lendo (é momento para lermos ainda mais, pois os livros são ótima companhia para mantermos a sanidade mental durante a quarentena) e postando resenhas no blog. Talvez eu faça também um post com dicas especiais de leituras para aliviarmos nosso coração durante esse período.
"- Mesmo quando pessoas muito próximas nos machucam, não conseguimos extinguir os sentimentos que temos por elas."
Quando comecei a leitura deste livro não fazia ideia do que esperar. Imaginava que tinha um certo drama, algo envolvendo acontecimentos do passado da protagonista. Mas não sabia que o livro abordaria assuntos como relacionamentos familiares abusivos. E que a Vivian, mocinha da história, passaria por um trauma tão, mas tão grande.
Ela tinha apenas quinze anos quando o conheceu. Filha de uma mãe controladora e perfeccionista, não tinha contato com o mundo além de sua casa e o quintal da propriedade. A única outra pessoa que via além da mãe e da irmã mais nova (com Síndrome de Down), era a dona Célia, responsável por dar aulas às duas adolescentes diariamente, no interior da casa. Vivian passava cada dia sob o controle da tensão, pois antes de sair para trabalhar a mãe sempre deixava uma lista de afazeres, que a adolescente precisava cumprir com PERFEIÇÃO, caso contrário existiriam consequências. Ela precisava ter um comportamento perfeito e abrir a boca para dizer sempre o que agradasse à mãe. Sentia em seu coração muito medo de desafiar as regras impostas por ela. Não por si mesma, mas pelo que a mãe poderia fazer com Valéria, sua irmã mais nova. Vivian fazia tudo o que podia para protegê-la.
"Existem algumas passagens das nossas vidas que são complicadas de serem lembradas. Muito mais simples deixá-las trancafiadas no fundo de nossa memória."
Ela o conheceu numa tarde, durante os breves momentos em que sua mãe a deixava ir ao quintal "respirar" um pouco antes de ficar presa novamente em casa. Nunca o tinha visto por ali e ficou bastante surpresa, mas também de certa forma atraída. Tinham a mesma idade e Vivian ansiava por poder conversar com alguém além da irmã, da mãe e de dona Célia. Seria tão errado assim fazer amizade com outro adolescente?
Mesmo que sentisse que seu contato com Lucas não deveria provocar reprovações, sabia que precisava esconder aquela relação da mãe. Ela não era uma pessoa normal. Nunca se sabia como poderia reagir e Vivian faria todo o possível para ser amiga dele pelo máximo de tempo que conseguisse.
"Você já quis voltar no tempo e poder mudar alguma coisa?"
Ao lado de Lucas, ela vive os momentos mais lindos de sua vida. Ainda que se encontrassem escondidos e por poucos minutos, ainda que sentisse que tudo poderia acabar abruptamente, Vivian não desperdiçou nenhum instante que o destino lhe deu. Mas quando tudo chegou ao fim.... foi mais traumático do que qualquer pessoa poderia imaginar. Nada. Nada a preparou para um trauma tão grande.
Agora, aos vinte e sete anos, formada em biologia marinha e com um futuro promissor pela frente, o aparecimento de alguém de seu passado a força a revisitar antigos sofrimentos e encarar as feridas deixadas por toda aquela dor.
"Era tão complicado processar tudo, que, na maior parte do tempo, me recusei a pensar."
A história não é dividida em capítulos, mas em "semanas", conforme acompanhamos as sessões de tratamento da nossa protagonista que decide procurar ajuda psicológica para finalmente conseguir lidar com todas as marcas emocionais deixadas por seu passado (que é realmente muito doloroso). É através de cada consulta que conhecemos os acontecimentos de mais de dez anos atrás, ao passo que Vivian vai se abrindo e contando tudo o que aconteceu até que ela chegasse àquele ponto.
Tudo é contado bem aos poucos, ao longo de trinta e uma semanas. Então, quando a protagonista chega à cena mais dolorosa, não é só a psicóloga que sofre um grande golpe (pois ela também era humana), mas também nós leitores, que ficamos chocados e precisamos interromper por uns minutos a leitura, tentando entender como aquilo poderia ter acontecido. Eu me senti sem chão. Naquele momento a autora conseguiu me fazer chorar, sentir muitíssimo por tudo o que a Vivian passou, sendo apenas uma adolescente.
"Eu me sinto como se estivesse quebrada, sabe? Falta alguma coisa..."
Eu detestei profundamente a mãe da Vivian. Mulher desequilibrada, doentia. Tratava as filhas como prisioneiras, como se fossem propriedades dela, como se não tivessem sentimento nem nada. Fica mais que evidente, em diversos momentos das lembranças da protagonista, que ela vivia presa a um relacionamento abusivo com a mãe. Não são só companheiros (as), namorados (as), maridos/esposas, que podem prender uns aos outros numa relação tóxica, abusiva. Familiares também podem ser tóxicos. Uma mãe ou um pai pode sim exercer tal controle físico e emocional sobre os filhos ao ponto de se tornar uma relação nociva, doentia.
Conforme Vivian vai lembrando do dia a dia, do medo terrível que sentia, imaginando sempre que a mãe poderia ser capaz de fazer algo muito ruim, nós vamos nos sentindo "sufocados", como se estivéssemos dentro daquela casa com ela, como se passássemos pelas mesmas coisas. É horrível. E aí começam os meus motivos para ter dado 3 estrelas ao livro e não 5 ou 4.
A história da mocinha me atingiu profundamente. É comovente, dolorosa, nos provoca empatia, nos faz sofrer com ela. E torcer para que ela consiga se recuperar e ter o seu sonhado "felizes para sempre". E eu não gostei da maneira como certas coisas foram conduzidas.
Sei que é uma história de perdão e recomeço. De livrar-se de um passado que influenciava toda a vida da protagonista. De conseguir se libertar para ser feliz. Ainda assim, não havia, na minha opinião, necessidade de construir certas cenas. Algo que não posso explicar direito, pois precisaria dar spoilers. Mas o que posso dizer é que senti que todos os personagens (tirando os amigos da Vivian e uma outra personagem) jogavam com ela. O tempo todo. Manipulando, fazendo da vida dela o que bem entendiam. E ela permitia isso. Aquilo não era cura, era se deixar fazer de idiota. Desculpa, mas é assim que penso.
Primeiro, o suposto amor do Lucas pela Vivian não me convenceu. Nem por um instante. Se ele realmente a amava, não sabia como de verdade se ama alguém. O que já me fez tirar uma estrela do livro, pois eu enxergava algo de errado naquela relação. Algo que não era muito saudável (lembrando que é apenas a minha opinião). Mesmo assim, como era acima de tudo a história da Vivian e da sua superação, eu ainda pretendia dar quatro estrelas. Eu já tinha lido 90% do livro e seguia confiante de que daria quatro estrelas. E aí veio a revelação bombástica do livro. Algo que me pegou completamente de surpresa. E a história desandou.
Por quê? Porque foi aí que vi o quanto os personagens jogaram com a Vivian. O quanto brincaram com ela, manipularam, fizeram o que bem entenderam, sem se importar com sua dor, com seus sentimentos. Não se faz algo como aquilo. Nunca. É muito grave. Se eu já não acreditava no amor de certos personagens, depois daquilo se tornou impossível qualquer tentativa de eles me convencerem do contrário. Não tinha mais retorno, sobretudo, porque o livro chega ao fim poucas páginas depois, com a Vivian aceitando como "normal" e "justificável" o grande mal que aquelas pessoas lhe fizeram. Como assim, pelo amor de Deus?! Isso foi surreal para mim.
"Pretendo deixar para trás tudo o que vivemos de ruim. Sei que não posso fugir de quem sou e do que passei, porém, posso escolher ao que me apegar."
Isso não significa que acho a história ruim. Na verdade, de modo geral, é muito boa. Extremamente envolvente, faz com que nos apeguemos à protagonista. Sofremos com ela, torcemos para que seja muito feliz. E é provavelmente por isso que me revoltei tanto. Que não aceitei o que fizeram com ela. Seria impossível. Eu queria era socá-los.
Fiquei com raiva da Vivian por permitir que aquela gente fizesse parte de sua vida, quando não eram dignos disso. Fiquei com muita raiva. Mas ao mesmo tempo reconheci que não sou ninguém para julgá-la pelas decisões que ela tomou diante de tudo o que passou, de tudo o que teve que enfrentar. Se era assim que ela conseguiria recomeçar, se era desse jeito que ela encontraria a felicidade, eu precisava aceitar, mesmo desejando esganar aqueles infelizes. Ela era livre para fazer as escolhas que considerasse as melhores para a própria vida. Era um direito dela.
Eu amei a escrita da autora e a admiro por ter conseguido construir toda a história através de semanas de tratamento psicológico da protagonista. É uma maneira diferente de narrar, de conduzir uma história, algo que eu já vi parecido apenas nos suspenses psicológicos da Chevy Stevens (e mesmo assim é um tanto diferente). É muito fácil ler o livro, a narrativa é deliciosa e fiquei com muita vontade de conhecer outras histórias dela.
-> DLL 20: Um livro de autora brasileira
ola Luna
ResponderExcluirestamos vivendo tempos dificeis tempo de incertezas
peço a Deus que tenha misericordia de nos e que tudo isso e que tudo volte a ficar bem
quanto ao livro eu nao li mas incrivel que estava lendo numa revista o depoimento de uma moça que sofreu uma grande tortura psicologica da mae
impressionante os abusos que ela relata ter passado na infancia e adolescencia
isso mostra que a realidade e bem cruel
nao existe so em livros náo
bom nesses tempos de auarentena vou procurar por algumas leituras em dia ver algumas series filmes
Se cuida esta bem ?
em tempo
voce disse que vai trazer algumas dicas para nos de leituras
que tal um top 10 melhores leituras que voce ja fez ?incluindo romances de epoca e romances de banca
ola Luna
ResponderExcluirestamos vivendo tempos dificeis tempos de incertezas
peço a Deus para ter misericordia de nos e do mundo inteiro
agora so nos resta nos cuidarmos bem cuidar dos outros principalmente na parte psicologica
eu dou hipertensa entao o medo aumenta
o melhor mesmo e ficar em casa
quanto ao livro eu fiquei impressionada com a semelhança do enredo e um depoimento que li no mesmo dia sobre uma moça que sofreu um grande abuso psicologico da propria mae
eu fui lendo o depoimento e lendo a sua tesenha eu me confundia com as historias
incrivel a semelhança acho que a historia da vida real dessa moça foi pior do que a relatada no livro
infelizmente essa situaçao acontece na vida real
voce disse que vai fazer um post com dicas de leituras
posso dar uma sugestao
traga para nos um top 10 das suas melhores leituras incluindo romances de banca
bjs e se cuida hein
Olá, Eliane!
ExcluirSim. Estamos todos com muito medo, sem saber como as coisas serão depois de tudo isso. Mas temos que ter fé. E pedir justamente isso a Deus: misericórdia. Que Ele faça tudo isso passar.
Também faço parte do grupo de risco, pois tenho doença crônica, autoimune. Não tenho saído de casa de jeito nenhum. Não vou nem ao quintal. Todos nós, se pudermos, precisamos ficar em casa, para o nosso bem e dos outros.
Lamento muito por essa moça. :( Infelizmente, existem muitos pais que acabam destruindo o psicológico dos seus filhos, que agem de maneira abusiva, como se os filhos fossem propriedade, objetos com os quais eles podem fazer o que quiserem. Isso é muito triste. E revoltante.
Eu acabei de publicar o post, flor! Apesar de não ser um post das minhas melhores leituras de toda a vida (porque meu top 10 de melhores leituras tem muito livro que é denso, do tipo que nos deixa em prantos e eu quis indicar livros leves), indiquei vários livros de banca, que amo muito.
Obrigada, querida! Você também! Se cuide muito!
Bjs e fique com Deus!
Oieee.
ResponderExcluirGuria, estou num estress enorme por causa de tudo isso. É muita tensão, muita dor, você acessa a internet as pessoas brigando por causa disso e daquilo, Corona Virus trouxe uma guerra política sem fim, me parece. Dias cinzas... E só de pensar que o inverno por aqui nem chegou ainda..
Mas voltando a resenha, menina que drama é esse na vida da Vivian? Não me entra na cabeça o porque ela deixou tanta gente fazer isso com ela. O livro é um drama bem forte, eu acho e acaba mostrando a dura realidade muita gente, as dores que aguentam. O título do livro faz jus a tudo que ela passa. Não sei se iria ler, não gosto de coisas muito trágicas, mas tenho curiosidade para saber os pontos da vida dela.
Ainda não tive oportunidade de ler essa obra da Helo, mas se você ainda não leu, recomendo que leia "entre laços e conflitos". Ela realmente é maravilhosa construindo cenários como esse abordado, explorando os personagens, seus medos, dilemas e dores. Eu fiquei muito encantada lendo sua resenha e me deixou ainda mais curiosa para ler em breve este livro.
ResponderExcluirBeijos,
Blog PS Amo Leitura
Olá
ResponderExcluirEu evito a todo custo ler notícias ou ver as atrocidades do presidente porque tenho ficado muito irritada e desequilibrada com tudo e acabo descontando na minha família e por isso só tô estudando, lendo, escrevendo e fazendo exercícios físicos.
Se você eliminasse 80% do seu sentimentalismo por dia, iria perceber que todos jogam com você. Todo mundo quer alguma coisa e usa as armas que tem. Não manipular é para quem não percebeu que viver em sociedade é um pesadelo diário e seria mais fácil não ter auto consciência e vivemos apenas para necessidades fundamentais.
Beijos
Olá, tudo bem? Nossa, achei bem interessante sua opinião sobre as decisões da protagonista. Acho que passaria por um dilema parecido, se não concordasse, e também levanto a bandeira que temos o direito de tomar a decisão que quisermos, mesmo podendo ser equivocada para outros. Não conhecia esse livro, nem a autora, ficando super curiosa por causa da sua resenha. Até porque, gosto de temáticas com perdão e recomeço. Dica mais que anotada!
ResponderExcluirBeijos
Eu gostei muito do livro, mas tive algumas ressalvas em relação a leitura, acho que tinha tudo pra ser um livro muito maravilhoso, mas a autora acabou dando umas deslizadas ao decorrer da obra.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirQue mãe doente, me lembrou aquele caso em que a mãe mentiu a doença da filha.
Juro que eu fiquei super curiosa para saber o que fizeram de tão ruim com a Vivian, passa algumas coisas em minha cabeça, mas só lendo para saber.
Espero gostar do livro, mas por conta das duas ressalvas e da nota, irei lê-lo com as expectativas baixas.
Oi Luna!
ResponderExcluirTantas tragédias acontecendo mesmo, espero que o mundo se conscientize está cada vez mais difícil a situação sobre esse vírus.
Adoro a autora Helô, ela é de uma simplicidade, carismática e humilde.Esse livro já li, fiquei com muita angústia lendo tudo o que Vivian passou e parecia que a cada instante que lia a história, iria acontecer só coisas ruins com ela, foi muito sofrimento para uma pessoa passar sozinha.
Gostei do seu ponto de vista, adoro o amadurecimento e em partes a superação dela, parabéns pela resenha.
Ps. Você leu Entre Laços e conflitos dela? Senão, super recomendo!
Olá, Cris!
ExcluirAinda não li "Entre Laços e Conflitos", mas vou colocar na minha lista! Obrigada pela dica!
Bjs!
Que leitura profunda. Desejo saber mais dos sentimentos de Vivian, ela parece que sofre muito internamente consigo mesma, sem expor seus sentimentos. Deve ser uma leitura que nos faz refletir e se emocionar bastante. Fiquei interessado e na anotei a dica para uma leitura futura.
ResponderExcluirOie amore,
ResponderExcluirNão conhecia o livro, já amei a capa, bem simples, mas linda.
Já me interessei por essa coisa "abusiva" gosto de ler sobre isso pra entender melhor,encontros escondidos, ai que coisa gostosa de ler.
Dica anotada por aqui amoreca!
Agora falando de 2020, vamos ter fé que logo isso vai passar.
Beijokas!
www.facesdeumacapa.com.br
Olá Luna!!!
ResponderExcluirSei que as coisas tão bem difíceis no momento e que com tudo que estamos vivendo agora fica mais difícil.
Eu sinceramente gostei de saber que esse livro é em contato em semanas, mas de acordo com o tratamento psicológico da personagem é algo diferente que nunca vi.
Achei o enredo interessante e quero mesmo saber como ela se constrói.
lereliterario.blogspot.com