Título Original: The Taming of the Shrew
Tradutor: Millôr Fernandes
Editora: L&PM Pocket
Edição de: 2013
Páginas: 84 (em e-book)
15ª leitura de 2020
*Lido no Kindle Unlimited
Sinopse: Batista é um rico mercador, pai de duas filhas ainda solteiras. Quando ele decide que sua filha mais velha, Catarina, dona de um temperamento forte e uma língua afiada, deve se casar antes de Bianca, os pretendentes da caçula propõem a Petrúquio, rico viajante recém-chegado à cidade, que tente conquistar a megera. Nesta tradução de Millôr Fernandes, o humor, a poesia, o sarcasmo e o drama do amor de Catarina e Petrúquio não estão apenas intactos e fiéis ao texto original: estão vivos.
A Megera Domada sentiu muita vontade de ser a primeira história no ano para a qual eu daria 2 estrelas. E ela conseguiu o que tanto queria!
Minha relação com as peças de Shakespeare não é das melhores. Mesmo quando li Romeu e Julieta pela primeira vez, na adolescência, tive problemas com o autor. Poucos anos atrás, já adulta, apostei na leitura de Hamlet, acreditando que poderia dar certo... Não deu. Então, pensei que em vez de ler as tragédias escritas por ele, poderia ler suas comédias, em mais uma tentativa de gostar de suas obras. O resultado foi desastroso.kkkkkk... E aí vocês podem pensar: "Ah! Você simplesmente não gosta de ler peças!". O que não é verdade: apreciei muitíssimo a leitura de Édipo Rei, Antígona (maravilhoso!) e Medeia.
*Pode ter spoiler (embora seja um livro clássico e bem conhecido, adaptado várias vezes, inclusive para a TV)
Forte o trecho acima, não acham? Catarina, protagonista desta história, faz essa pergunta ao próprio pai. O trecho me provocou a sensação de que essa jovem já estava cansada de conhecer tantos idiotas e que por isso mesmo ela passou a ser chamada de "megera", entre outros termos pejorativos. Por simplesmente estar cansada de ser vista como objeto (e fonte de riqueza para quem a desposasse, já que levaria um belo dote) e ter resolvido tratá-los da maneira que eles, de fato, mereciam.
A história de Catarina e do traste do Petrúquio está dentro de outra história. O livro começa com um prólogo no qual um homem humilde, que vivia embriagado, vira objeto de piada de um grande nobre, um poderoso entediado que queria se divertir às custas dos outros (e eu não achei nenhuma graça de sua palhaçada). Por ordens dele, o pobre homem é levado para os aposentos do "poderoso" e é preparado um grande "teatro", no qual todos, quando o homem acordasse (ele tinha desmaiado de bêbado) iriam fingir que ele era o soberano, o dono de toda aquela riqueza. Iriam dizer que ele achava que era pobre apenas porque tinha sido vítima de uma doença, de um desvario, uma loucura, que o deixou naquele estado mental, mas que na verdade ele era rico, casado, tinha muitos servos... Enfim... Tudo isso para fazer o homem de idiota. Como todo mundo ali insistiria que ele era o dono de tudo, ele começaria a duvidar de sua própria mente e de suas certezas e acreditaria neles.
E é exatamente o que acontece. Sly acredita naqueles trastes e eles dão continuidade ao joguinho estúpido. No meio disso tudo, chegam uns comediantes que, para entreter os nobres, decidem representar uma comédia, um espetáculo que deveria divertir a todos. E esse espetáculo é justamente a história de Catarina e Petrúquio.
Na história de Catarina e do traste, sabemos que ela é intratável e, como eu disse, acredito que a protagonista é assim por estar já sem paciência com tantos homens interesseiros e com o pai tentando empurrá-la como mercadoria. Acontece que ela possui uma irmã mais nova, a bela Bianca, tão doce e delicada, tão linda e sensível, que todo moço quer como esposa. Mas Batista, pai das duas, decide que Bianca não poderá se casar enquanto Catarina for solteira. Não que pareça que ele goste da filha mais velha ou algo parecido. Eu fiquei com a impressão que ele não queria ter que suportar Catarina sem ter Bianca em casa para aliviar seus dias com sua suposta meiguice.
Os pretendentes de Bianca, então, decidem se unir temporariamente para encontrar algum tolo que aceite aquele "demônio" (é assim que se referem à Catarina, pois ela trata todos os homens com muita "gentileza" para não dizer o contrário) como esposa, e o caminho deles fique livre para cortejar a jovem desejada, que estava proibida até mesmo de sair de casa enquanto a mais velha não se casasse.
E eis que surge Petrúquio, homem rude, mas de posses, que tudo que deseja é se casar com uma mulher rica, para poder assim aumentar sua fortuna. Ele não quer saber se ela é bela ou não, muito menos se é meiga ou insuportável, isso porque ele se garante, se julga capaz de domesticar qualquer mulher como se se tratasse de um animal.
Para surpresa de todos nós leitores, apesar de tratar o Petrúquio muito mal, e até mesmo agredi-lo fisicamente, Catarina não resiste quando ele afirma que vai se casar com ela. Ela não luta contra aquela ideia, ela parece aceitar. O que fez eu pensar que algo não estava bem em sua cabeça. Que ela tinha sofrido algum surto momentâneo. Não consegui entender o que se passou com ela. Não era possível que tivesse se apaixonado à primeira vista e acreditado realmente que poderia ser feliz com aquele verme.
O interessante e revoltante, é que Petrúquio percebe o controle que já exercia sobre Catarina e decide humilhá-la antes mesmo do casamento. No dia marcado para a cerimônia, ele se atrasa muito, muito, muito! Para que ela ficasse envergonhada diante dos outros. E como se não bastasse, se veste da pior maneira possível. Os outros chegam a tentar convencê-lo a se trocar, mas ele afirma que vai se casar daquele jeito e ponto final. E após o casamento não permite que ela participe da festa. A leva para sua propriedade e deixa os convidados com o pai dela, pois Catarina não tinha permissão para participar da sua própria festa de casamento. E aí são muitas situações desagradáveis e chocantes.
Petrúquio agride o seu criado na frente dela, para deixá-la nervosa e forçá-la a implorar que ele pare. A deixa sem comer e sem dormir, supostamente "porque a ama" (????!!!) e a ilude fingindo que vai comprar coisas para ela, apenas para fazê-la ver o lindo chapéu e vestido para depois inventar uma desculpa qualquer para não permitir que ela tenha nada daquilo. Ele joga com o emocional dela o tempo inteiro e usa os criados para ajudá-lo em suas crueldades. Para ter o mínimo de paz, Catarina é obrigada a fazer o que ele quiser. Se ele diz que o sol na verdade é a lua, ela tem que concordar, senão não terá paz. Se ele disser que o céu é verde, então tem que ser verde para ela. Onde que não há abuso nesta história??? Nem todo abuso é físico. Petrúquio abusa psicologicamente da Catarina a história inteira. E o que senti vontade foi de mandar a história para o quinto dos infernos.
No trecho acima o traste está falando da Catarina. Não sei como ela, que parecia tão forte e decidida, pôde cair numa armadilha como era este casamento. É algo que foge a minha compreensão. Pior é o autor dar a entender que o casamento dá certo e que ela é feliz nesta relação. O monólogo dela ao final da história é chocante. E embora existam estudiosos, especialistas e leitores que acreditam que havia muita ironia ali (e eu, de certa forma, concorde que foi uma fala bem irônica), como se Catarina quisesse dizer "finjam que obedecem enquanto os homens acham que mandam", não deixa de ser um trecho problemático. Porque quando lembramos de tudo o que passou nas mãos dele, ficamos com a certeza que aquela foi a forma que ela encontrou de ter alguma paz e "espécie" de felicidade na relação. E isso não é engraçado, mas sim muito triste.
Imagino que Shakespeare teve seus motivos para escrever esta história. Possivelmente teve a intenção de criticar a sociedade da época (século XVI), os costumes, enfim... Mas eu não gostei do livro. Só não dei 1 estrela (uma estrela significa ruim; duas estrelas "livro regular") porque reconheço que a história flui bem, que é envolvente, bem escrita, que algumas cenas chegam a divertir e de modo geral, se você conseguir ignorar todo o problema dessa relação abusiva, pode agradar muitos leitores.
Quando criança, eu assisti "O Cravo e a Rosa", uma novela que eu lembro de ter amado muito e que foi inspirada neste livro. Não consigo lembrar da novela em si, mas apenas do sentimento que eu tinha por ela, que era de amor e que eu me divertia com a história dos protagonistas. E ao ler A Megera Domada e me revoltar tanto com toda a crueldade do Petrúquio, fiquei tentando recordar cenas da novela, para ver se minha mente de criança na época não percebeu essas violências ou se a história na novela foi contada de maneira diferente. Infelizmente, não consigo lembrar.
Minha relação com as peças de Shakespeare não é das melhores. Mesmo quando li Romeu e Julieta pela primeira vez, na adolescência, tive problemas com o autor. Poucos anos atrás, já adulta, apostei na leitura de Hamlet, acreditando que poderia dar certo... Não deu. Então, pensei que em vez de ler as tragédias escritas por ele, poderia ler suas comédias, em mais uma tentativa de gostar de suas obras. O resultado foi desastroso.kkkkkk... E aí vocês podem pensar: "Ah! Você simplesmente não gosta de ler peças!". O que não é verdade: apreciei muitíssimo a leitura de Édipo Rei, Antígona (maravilhoso!) e Medeia.
*Pode ter spoiler (embora seja um livro clássico e bem conhecido, adaptado várias vezes, inclusive para a TV)
"Catarina: (A Batista) Eu pergunto, senhor, é seu intuito transformar-me em brinquedo desses pretendentes?"
Forte o trecho acima, não acham? Catarina, protagonista desta história, faz essa pergunta ao próprio pai. O trecho me provocou a sensação de que essa jovem já estava cansada de conhecer tantos idiotas e que por isso mesmo ela passou a ser chamada de "megera", entre outros termos pejorativos. Por simplesmente estar cansada de ser vista como objeto (e fonte de riqueza para quem a desposasse, já que levaria um belo dote) e ter resolvido tratá-los da maneira que eles, de fato, mereciam.
A história de Catarina e do traste do Petrúquio está dentro de outra história. O livro começa com um prólogo no qual um homem humilde, que vivia embriagado, vira objeto de piada de um grande nobre, um poderoso entediado que queria se divertir às custas dos outros (e eu não achei nenhuma graça de sua palhaçada). Por ordens dele, o pobre homem é levado para os aposentos do "poderoso" e é preparado um grande "teatro", no qual todos, quando o homem acordasse (ele tinha desmaiado de bêbado) iriam fingir que ele era o soberano, o dono de toda aquela riqueza. Iriam dizer que ele achava que era pobre apenas porque tinha sido vítima de uma doença, de um desvario, uma loucura, que o deixou naquele estado mental, mas que na verdade ele era rico, casado, tinha muitos servos... Enfim... Tudo isso para fazer o homem de idiota. Como todo mundo ali insistiria que ele era o dono de tudo, ele começaria a duvidar de sua própria mente e de suas certezas e acreditaria neles.
E é exatamente o que acontece. Sly acredita naqueles trastes e eles dão continuidade ao joguinho estúpido. No meio disso tudo, chegam uns comediantes que, para entreter os nobres, decidem representar uma comédia, um espetáculo que deveria divertir a todos. E esse espetáculo é justamente a história de Catarina e Petrúquio.
"Sou vendaval e ela que se curve. Sou homem rude; não cortejo ninguém como criança."
Na história de Catarina e do traste, sabemos que ela é intratável e, como eu disse, acredito que a protagonista é assim por estar já sem paciência com tantos homens interesseiros e com o pai tentando empurrá-la como mercadoria. Acontece que ela possui uma irmã mais nova, a bela Bianca, tão doce e delicada, tão linda e sensível, que todo moço quer como esposa. Mas Batista, pai das duas, decide que Bianca não poderá se casar enquanto Catarina for solteira. Não que pareça que ele goste da filha mais velha ou algo parecido. Eu fiquei com a impressão que ele não queria ter que suportar Catarina sem ter Bianca em casa para aliviar seus dias com sua suposta meiguice.
Os pretendentes de Bianca, então, decidem se unir temporariamente para encontrar algum tolo que aceite aquele "demônio" (é assim que se referem à Catarina, pois ela trata todos os homens com muita "gentileza" para não dizer o contrário) como esposa, e o caminho deles fique livre para cortejar a jovem desejada, que estava proibida até mesmo de sair de casa enquanto a mais velha não se casasse.
E eis que surge Petrúquio, homem rude, mas de posses, que tudo que deseja é se casar com uma mulher rica, para poder assim aumentar sua fortuna. Ele não quer saber se ela é bela ou não, muito menos se é meiga ou insuportável, isso porque ele se garante, se julga capaz de domesticar qualquer mulher como se se tratasse de um animal.
"Eu sou aquele que nasceu para domar-te e transformar a Cata selvagem numa gata mansa. Mas, aí vem teu pai: não recuses nada, pois eu quero e terei Catarina como esposa."
Para surpresa de todos nós leitores, apesar de tratar o Petrúquio muito mal, e até mesmo agredi-lo fisicamente, Catarina não resiste quando ele afirma que vai se casar com ela. Ela não luta contra aquela ideia, ela parece aceitar. O que fez eu pensar que algo não estava bem em sua cabeça. Que ela tinha sofrido algum surto momentâneo. Não consegui entender o que se passou com ela. Não era possível que tivesse se apaixonado à primeira vista e acreditado realmente que poderia ser feliz com aquele verme.
O interessante e revoltante, é que Petrúquio percebe o controle que já exercia sobre Catarina e decide humilhá-la antes mesmo do casamento. No dia marcado para a cerimônia, ele se atrasa muito, muito, muito! Para que ela ficasse envergonhada diante dos outros. E como se não bastasse, se veste da pior maneira possível. Os outros chegam a tentar convencê-lo a se trocar, mas ele afirma que vai se casar daquele jeito e ponto final. E após o casamento não permite que ela participe da festa. A leva para sua propriedade e deixa os convidados com o pai dela, pois Catarina não tinha permissão para participar da sua própria festa de casamento. E aí são muitas situações desagradáveis e chocantes.
Petrúquio agride o seu criado na frente dela, para deixá-la nervosa e forçá-la a implorar que ele pare. A deixa sem comer e sem dormir, supostamente "porque a ama" (????!!!) e a ilude fingindo que vai comprar coisas para ela, apenas para fazê-la ver o lindo chapéu e vestido para depois inventar uma desculpa qualquer para não permitir que ela tenha nada daquilo. Ele joga com o emocional dela o tempo inteiro e usa os criados para ajudá-lo em suas crueldades. Para ter o mínimo de paz, Catarina é obrigada a fazer o que ele quiser. Se ele diz que o sol na verdade é a lua, ela tem que concordar, senão não terá paz. Se ele disser que o céu é verde, então tem que ser verde para ela. Onde que não há abuso nesta história??? Nem todo abuso é físico. Petrúquio abusa psicologicamente da Catarina a história inteira. E o que senti vontade foi de mandar a história para o quinto dos infernos.
"Meu falcão agora está faminto, de barriga vazia. E, enquanto não ficar bem amestrado, não mandarei matar a sua fome. Assim, aprenderá a obedecer ao dono."
No trecho acima o traste está falando da Catarina. Não sei como ela, que parecia tão forte e decidida, pôde cair numa armadilha como era este casamento. É algo que foge a minha compreensão. Pior é o autor dar a entender que o casamento dá certo e que ela é feliz nesta relação. O monólogo dela ao final da história é chocante. E embora existam estudiosos, especialistas e leitores que acreditam que havia muita ironia ali (e eu, de certa forma, concorde que foi uma fala bem irônica), como se Catarina quisesse dizer "finjam que obedecem enquanto os homens acham que mandam", não deixa de ser um trecho problemático. Porque quando lembramos de tudo o que passou nas mãos dele, ficamos com a certeza que aquela foi a forma que ela encontrou de ter alguma paz e "espécie" de felicidade na relação. E isso não é engraçado, mas sim muito triste.
Imagino que Shakespeare teve seus motivos para escrever esta história. Possivelmente teve a intenção de criticar a sociedade da época (século XVI), os costumes, enfim... Mas eu não gostei do livro. Só não dei 1 estrela (uma estrela significa ruim; duas estrelas "livro regular") porque reconheço que a história flui bem, que é envolvente, bem escrita, que algumas cenas chegam a divertir e de modo geral, se você conseguir ignorar todo o problema dessa relação abusiva, pode agradar muitos leitores.
Quando criança, eu assisti "O Cravo e a Rosa", uma novela que eu lembro de ter amado muito e que foi inspirada neste livro. Não consigo lembrar da novela em si, mas apenas do sentimento que eu tinha por ela, que era de amor e que eu me divertia com a história dos protagonistas. E ao ler A Megera Domada e me revoltar tanto com toda a crueldade do Petrúquio, fiquei tentando recordar cenas da novela, para ver se minha mente de criança na época não percebeu essas violências ou se a história na novela foi contada de maneira diferente. Infelizmente, não consigo lembrar.
Acho esse enredo maravilhoso, embora nunca tenha lido a obra original. Também assisti a novela O Cravo e a Rosa e amei apaixonadamente e por isso quero muito ler o livro escrito pelo Shakespeare.
ResponderExcluirValeu pela dica.
Beijos
Olá, tudo bem por aí?
ResponderExcluirA Megera Domada é um clássico, não é mesmo? Eu assisti a um vídeo sobre ele recentemente no canal da Tati Feltrin, que eu amo. Achei muito interessante os pontos que você levantou sobre a obra e acho que realmente Shakespeare a escreveu para criticar a sociedade da época e é uma pena que a obra não tenha lhe agradado.
Abraços :)
www.acampamentodaleitura.com
Eu quase não leio clássicos exatamente por medo de me decepcionar. Essa obra eu confesso que, apesar de ser do Shakespeare, ainda não conhecia e vendo sua opinião, existem muitos pontos que você citou que eu acabaria não gostando ou até mesmo abandonando. Uma pena quando isso acontece :(
ResponderExcluirBeijos,
Blog PS Amo Leitura
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu li esse livro tem muitos anos, então, sinceramente não lembro mais dos detalhes. Porém, ao contrário de você, desde muito novinha eu sou completamente apaixonadas pelas peças do Shakespeare. Acho que ele retratava a natureza humana incrivelmente bem e conseguiu abordar questões no século XVI que são válidas até hoje. O que interpretei quando li A megera domada foi um perfeito retrato da época, onde qualquer mulher que tivesse opinião e que quisesse decidir seu destino seria sufocada pela sociedade. Além disso, acho bem irônico como ele retrata a Catarina e a Bianca. A mais velha era vista como uma megera, simplesmente por não aceitar os idiotas que o pai tentava empurrar e a outra que era uma ameba era valorizada por ser dócil e gentil. Para mim, isso foi uma crítica aos valores da época que pregavam que as mulheres tinham que ser submissas.
Em suas obras Shakespeare costumava retratar a sociedade como ela era, sem suavizar ou romantizar, e as mensagens eram passadas nos momentos mais dramáticos ou nas ironias das comédias. Então, acredito que no monólogo final ele estivesse realmente usando da ironia como uma forma de crítica social.
Sobre a novela O cravo e a rosa, eu amava muito quando era mais nova. Mas minha adaptação favorita desse clássico é 10 coisas que eu odeio em você!
Beijos!
Shakespeare realmente não é um autor que cativa a todos, ainda mais por causa da linguagem dele e também no modo como constrói as coisas. Essa obra em si a estudei no curso de Letras, particularmente adoro as críticas sociais que ele faz por meio de suas obras.
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