Título Original: The Money Tree
Tradutor: Pinheiro de Lemos
Editora: Ática/Record
Edição de: 1994
Páginas: 176
7ª leitura de 2020
Sinopse: O magnata Samuel Stone gostava mais de sua fortuna do que de seus próprios herdeiros. Quem quiser agora se apossar das riquezas do falecido terá de desvendar pistas misteriosas e enfrentar perigos inimagináveis, nesta complicada caça ao tesouro! A viúva vaidosa, o sobrinho ganancioso, o advogado interesseiro e o primo bondoso irão se meter nas mais incríveis situações e recorrer a métodos bastante estranhos para se livrar dos adversários.
Pense numa escolha de última hora!rsrs Inicialmente, eu tinha escolhido Origem, do autor Dan Brown (um dos meus autores preferidos) para um dos temas de janeiro do Desafio Literário Livreando 2020. Ocorre que a leitura não estava fluindo bem. Faz semanas que parei na metade do livro e resolvi ler os outros do desafio. Até que chegou o dia de hoje e eu continuava na metade do livro, sem conseguir andar para frente. A culpa é toda do livro que está longe de ser como os outros do autor, sempre tão envolventes e fascinantes. Origem é parado, chega a ser entediante, e o professor Robert parece que foi abduzido e retornou totalmente modificado, não sendo nem sombra do grande protagonista que vemos em livros como Anjos e Demônios, O Código da Vinci, O Símbolo Perdido e Inferno, os quatro livros anteriores da série.
Assim, ao perceber que seria impossível me forçar a terminar o livro hoje e escrever a resenha, resolvi abandoná-lo por um tempo e apostar na leitura de Corrida pela Herança, um dos poucos livros do Sidney Sheldon que eu ainda não tinha tido a oportunidade de ler. Claro que não sabia se de fato conseguiria iniciar e terminar a leitura no mesmo dia, mas tinha esperanças que isso acontecesse, pois os livros infantojuvenis do autor costumam ser bem mais fáceis de ler, com uma linguagem simples e narrativa geralmente bem divertida, recheada de aventuras e "perigos" que se resolvem rapidamente.
"Esta é a história de um homem chamado Samuel Stone, tão rico e poderoso que se recusa a morrer. Bem, esta não é toda a verdade. A verdade é que seu corpo está morto e enterrado, mas seu espírito permanece vivo. Isto é, vivo numa fita de vídeo."
Neste livro temos quatro herdeiros de um homem que era bastante rico, mas egoísta, cujo único amor era o dinheiro. Ele não se importava com nada nem ninguém e se pudesse teria levado todo seu dinheiro para o "outro lado". Como as coisas não são tão simples assim, não teve outra alternativa senão deixar toda sua fortuna para os quatro herdeiros, já que de modo algum permitiria que tudo o que conquistara com tanto esforço ficasse para a caridade quando ele odiava tanto os pobres.
Acontece que não tinha intenção de dar nada "de graça". No intuito de se divertir com a angústia deles mesmo depois de morto, gravou diversas fitas de vídeo. Elas deveriam ser exibidas por seu mordomo numa segunda-feira de cada semana. Nas fitas, o falecido daria pistas para que os herdeiros encontrassem as partes de sua fortuna que estavam espalhadas por diversos lugares diferentes (talvez não só da residência ou do país, mas do mundo).
Entre os herdeiros do homem existiam, em sua maioria, pessoas que possuíam um caráter semelhante ao seu, embora não a mesma inteligência. A viúva, uma mulher belíssima que se apaixonara pela fortuna do marido (enquanto ele se casou com ela por causa do seu corpo), já sonhava em gastar toda a herança com roupas e iates e estava furiosa pelo marido ter feito aquele jogo estúpido para atrasar os seus planos. Seu sobrinho só pensava em gastar o dinheiro com mulheres e carros. O advogado (que era o terceiro herdeiro e não conquistara nada em sua vida de maneira honesta) só queria um majestoso escritório para impressionar os outros e não se importava se tivesse que trapacear para pôr as mãos na fortuna. Já o quarto herdeiro era David, um primo distante do falecido e... aparentemente a única exceção à regra: porque enquanto os outros só pensavam em desperdiçar o dinheiro que o Sr. Stone conquistara com tanto esforço, David queria doar toda a sua parte à caridade. Daria tudo aos pobres, mesmo que Stone se revirasse no túmulo por conta disso. David era também o único ali disposto a dividir a fortuna total com os outros três herdeiros. Os demais... estavam dispostos a tudo para ficarem com o dinheiro apenas para si.
"- Sabe, David, há uma coisa que você não consegue entender - comentou o advogado. - É a ganância que move o mundo."
A história gira em torno das aventuras e dos perigos que os quatro precisam enfrentar para decifrar os enigmas deixados pelo falecido e assim conseguirem a herança prometida. As situações são bem absurdas, totalmente inverossímeis, mas aqui o Sidney Sheldon quis criar uma história leve e divertida para o público infantojuvenil, então tudo foi desenvolvido de maneira a ser exatamente inacreditável mesmo. Tudo no livro é meio louco e isso nos faz rir.
Ao longo da leitura não simpatizamos com quase nenhum personagem, pois todos são capazes de tudo por dinheiro e mesmo a história sendo leve fica bastante evidente o quanto os herdeiros são pessoas desprezíveis, que nos provocam asco. David é a única exceção, mas sentimos aquele medo de confiar nele e nos decepcionarmos. Então, ficamos sempre com um pé atrás, mesmo que as atitudes dele sejam sempre nobres.
Quem está acostumado com os livros adultos do autor (e eu já li todos!) e nunca leu nenhum dos infantojuvenis que ele escreveu, talvez fique um pouco perdido com as diferenças enormes existentes aqui. Eu como sou fã incondicional do autor e sempre quis ler tudo o que ele escreveu, logo me acostumei com as histórias voltadas para o público mais jovem e sou apaixonada pela escrita dele. Mas claro que suas histórias adultas são muito mais elaboradas, cheias de reviravoltas de nos tirar o fôlego e cenas capazes de nos fazer chorar de angústia.rs
Ah, a história de Corrida pela Herança se passa na maior parte do tempo nos Estados Unidos, mas também existem algumas cenas na Espanha e outros lugares do mundo (no presente e passado.rs).
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