9 de setembro de 2019

Negrinha - Monteiro Lobato

Tempo de leitura:

Literatura Brasileira
Editora: Globo, selo Biblioteca Azul
Edição de: 2009
Páginas: 212
Coletânea de contos
Onde comprar: Amazon


Sinopse: Negrinha é um livro de contos realistas lançado em 1920, com personagens que representam a população brasileira das décadas iniciais do século XX. Nele Lobato revela uma terra onde o poder é exercido arbitrariamente pelos coronéis e expõe a mentalidade escravocrata que persiste décadas depois da Abolição. Estão retratados em suas páginas tipos tão diversos quanto um fazendeiro falido, o jardineiro que faz poesia das flores, a viúva cruel, uma criança negra maltratada e o gramático ranzinza.




Quem estiver acompanhando meus posts mensais sobre os contos que estou lendo desde o início do ano, vai perceber que esta resenha na verdade é apenas uma junção de todos os comentários que já fiz sobre cada conto presente na coletânea Negrinha, do Monteiro Lobato. Ao todo são 17 contos presentes neste livro. Três deles eu li em 2017 e fiz resenhas individuais, portanto deixarei o link de cada uma delas neste post. Os outros quatorze contos eu li agora em 2019 e reunirei aqui todos os comentários que fiz mensalmente. :)

Link das resenhas dos três primeiros contos, lidos em 2017:

Negrinha (conto extremamente forte)

Todos os meus comentários sobre os demais contos: 

Ao ler Bugio Moqueado fiquei com os braços arrepiados de verdadeiro pavor. E o pior foi que li à noite, o que é quase certo resultar em pesadelo.

Não vou entregar nenhum segredo da história. Só digo que o personagem é um "ouvinte". Ele está participando de um jogo, então acaba por se distrair ouvindo uma conversa entre uns senhores que estavam próximos dele. Curioso para saber como a história da qual o homem estava recordando terminaria, ele se deixou levar e mal prestava atenção no jogo. Envolvido, nem percebeu o rumo que a história tomava e foi pego de surpresa como aconteceu comigo, quando o final chegou e foi digno de um filme de terror.


Importante mencionar que o conto além de caminhar para o terror também aborda violência doméstica e racismo e pode ser uma leitura forte.

"Pressenti um horror de tragédia, dessas horrorosas tragédias familiares, vividas dentro de quatro paredes, sem que de fora ninguém nunca as suspeite."

É um conto que impressiona e assusta. Não leria novamente. É muito bem escrito, envolvente, você não consegue abandonar, mas é uma história que agrada quem aprecia contos de terror. E como muitas das obras do autor, este conto pode ser polêmico. Mas antes de xingá-lo é necessário fazer uma segunda leitura (se a primeira não for suficiente) para compreender a crítica social, inclusive uma crítica ao racismo. Eu sei que provavelmente muita gente sabe que algumas obras do autor foram denunciadas como de conteúdo racista. Todavia, os contos Negrinha e Bugio Moqueado criticam abertamente a forma como eram vistas e tratadas as pessoas negras, as crueldades as quais eram submetidas até mesmo as crianças. São contos importantíssimos, embora este segundo tenha me deixado aterrorizada. Contos que mostram a cara de uma sociedade preconceituosa, de "cidadãos de bem" capazes das piores crueldades contra aqueles que eles não veem como seres humanos. Contos escritos tantos anos atrás (no século passado), mas ainda muito atuais em sua essência. 

O jardineiro Timóteo, é um conto que me deixou muito triste, o que já era de se esperar, pois todo conto deste autor termina mal. Não é nem segredo mais. A pessoa já começa a ler preparada para o pior. 

Traz a história do velho Timóteo, que trabalhava há mais de quarenta anos no casarão, pertencente a ex-senhores de escravos. O Sinhô-velho tinha sido seu "dono", mas por terem se tornado muito amigos, Timóteo acabou por ser alforriado antes da Lei Áurea e preferiu seguir trabalhando na propriedade, dedicado de corpo e alma ao seu amado jardim. Da mesma forma outros ex-escravos fizeram, pois seus patrões (segundo eles) eram bons e não podiam deixar sua Sinhazinha, filha do falecido patrão. 

Timóteo passava muitas horas do seu dia cuidando do jardim da propriedade e fazendo poesia com as flores. Enquanto tantos outros poetas preferiam escrever versos, Timóteo os plantava e via florescer. Aquele jardim lhe era sagrado e representava todas as pessoas que viviam ou já tinham passado pela propriedade. Até mesmo os animais eram representados por alguma espécie de flor e ele conversava com cada uma delas como se pudessem lhe responder. Ele não tinha família, não tinha nada, e fez daquele jardim o seu lar, a sua família amorosa. E, como eu disse, as coisas não terminam bem. 

Não fiquei apenas triste com o final do conto, mas também muito revoltada. Tão boazinha era a sinhá que o Timóteo tanto idolatrava que nem se preocupou com o que seria dele, tão dedicado à família dela há décadas! Ela parecia vê-lo como um bichinho doméstico, carente de amor, e no qual bastava fazer um afago que estava tudo bem. Eu fiquei com muita raiva dessa garota! 

Timóteo nunca se livrou das amarras da escravidão. Sempre manteve aquela submissão tão triste, se vendo como uma pessoa inferior aos patrões, se diminuindo o tempo inteiro e vendo seus próprios semelhantes (outros ex-escravos) também como seres humanos inferiores aos brancos. Era aquela vida que ele conhecia, estava acostumado com aquela posição e acreditava que tudo tinha que ser exatamente daquele jeito. Fiquei arrasada com a história dele. 

O fisco (Conto de Natal) é um conto cujo o título pode até fazer o leitor acreditar que se trata de uma história que terminará bem, já que é um conto de natal, certo? Só que já conheço bem o autor e sei que seus contos não costumam ter finais agradáveis e por isso estava preparada para tudo o que aconteceu. 

O conto já começa com a desgraça de um pequeno menino que estava tentando conseguir dinheiro trabalhando como engraxate. Acontece que um fiscal passa pelo local no qual o menino está tentando conseguir fregueses e pergunta pela "licença". A criança nem sabia o que era isso, só queria conseguir dinheiro para ajudar em casa e o fiscal e um policial apenas se aproveitaram da situação para zombar dele, sacudi-lo e exigir o pagamento de uma multa. Aí o autor nos leva a conhecer a história do menino, da família extremamente pobre, com várias crianças para serem alimentadas e que praticamente passavam fome, o aumento do preço do pão... a decisão que ele tomou de arranjar um trabalho para ajudar em casa e assim melhorar a vida de todos, quem sabe pudessem comer o dobro de comida (que nem seria muito, pois o dobro de pouco é praticamente nada) e logo terem bicicletas, uma casa melhor... ele sonhava que engraxando sapatos conseguiria muito dinheiro e tudo seria diferente. Só que em seu primeiro dia veio o fisco não só impedi-lo de melhorar como também arrancar de sua família um dinheiro que não tinham. O conto traz enormes críticas sociais, críticas ao Estado, mostrando a situação de miserabilidade de tantas famílias e a forma como o Estado sempre se aproveita de quem não tem condições de se defender. É um conto para refletir e ainda muito atual, embora tenha sido publicado mais de cem anos atrás. 

Barba Azul tem como base justamente o clássico conto "infantil" de mesmo nome. Panfilo era um homem que não tinha nada e então resolveu se casar com uma jovem franzina e doente. Não demorou muito para que a moça falecesse "de parto" e ele conquistasse uma boa soma em dinheiro com o seguro de vida. E, curiosamente, o pobre apaixonado estava sempre de luto: casava e ficava viúvo, como se o "destino" o tivesse amaldiçoado. E a morte de suas esposas era sempre causada pelo parto. Dá para adivinharmos que estas mortes não eram mera fatalidade.

O colocador de pronomes é um conto que ironiza a mania de alguns intelectuais e "especialistas" em Língua Portuguesa de ficarem corrigindo o que as outras pessoas escrevem.rs Você conhece alguém que faz isso?! Eu conheço várias pessoas, dentro e fora da internet, e é realmente enervante. kkkkkk... Acho que o Monteiro Lobato estava muito irritado (imagino que na época dele existiam ainda mais "especialistas" querendo corrigir os outros) e escreveu esta espécie de sátira para diminuir seu estresse.rsrs Eu gostei demais do conto! Comecei a rir logo que li as primeiras frases e depois que compreendi o que o autor estava fazendo me diverti ainda mais.

Uma história de mil anos é bem triste, fala de uma moça inocente chamada Vidinha, que segundo o conto não deveria ter nascido, pois não era da Terra e "não vive na terra o que não é da terra". Ela era quase um anjo e muito frágil, mas vivia tranquilamente com a família no interior, longe do convívio em sociedade, longe das armadilhas do mundo. Até que um homem passa pela casa de seus pais e pede abrigo por alguns dias. E é através dele que ela conhece a crueldade do ser humano. O conto não termina bem e fiquei me sentindo sem esperança depois de lê-lo.

Os negros, publicado em 1922, traz uma história trágica, de nos machucar profundamente o coração. Eu tremia enquanto lia este conto, de tão angustiada que fiquei. Mesmo acreditando que as coisas terminariam muito mal não poderia imaginar que seria tão terrível, tão desesperador. Me sinto mal até agora. 

Um jovem português chamado Fernão resolveu tentar a sorte no Brasil e acabou sendo contratado para trabalhar na fazenda do capitão Aleixo, um homem terrível, a quem todos temiam, principalmente os escravos. Ele era dado à crueldade gratuita, sentindo prazer em ver o sofrimento dos outros e torturava os escravos como se fosse a mais incrível diversão. Naquele lugar ninguém se importava se um escravo sofria, exceto a sinhá Izabel, que era uma adolescente de dezesseis anos e que, por não ter o poder de deter a maldade do pai, se trancava no quarto quando os gritos começavam e colocava as mãos no ouvido para tentar não ouvir. É justamente por essa jovem que Fernão se apaixona, mesmo sabendo que o amor era proibido. 

Com a ajuda de Liduína, a escrava escolhida para ser mucama de Izabel e que se torna a melhor amiga da menina, Fernão começa a se encontrar com a jovem, numa felicidade passageira, que faria os três pagarem um alto preço. 

A história começa oitenta anos depois de todo o ocorrido... ficamos sabendo o que se passou com os três personagens (Fernão, Liduína e Izabel) muito tempo depois, quando dois homens, buscando fugir da tempestade, acabam encontrando abrigo na casa de um ex-escravo, Tio Bento, que morava num local muito humilde e onde não caberia os três. Os dois homens, então, resolvem dormir na Casa-grande, mesmo após ouvirem que era mal assombrada e que estava em ruínas. 

"O amor veio vindo e chegou. Chegou e destruiu todas as barreiras. Destruiu nossas vidas e acabou destruindo a fazenda. Estas ruínas, estas corujas, este morcegal, tudo não passa da florescência de um grande amor..."

De todos os contos deste autor, os mais chocantes que li envolvem justamente negros, por isso não entendo por que tem gente que diz que ele era a favor da escravidão quando seus contos expõem de maneira tão brutal a situação terrível em que viviam os escravos, como os "brancos", os "cidadãos de bem" eram cruéis e ainda com a conivência da Igreja e das leis da época. Negrinha escancara isso, Bugio Moqueado nos provoca verdadeiro terror e agora Os negros acaba com nosso coração. Ler os contos do Monteiro Lobato é sofrer muito. Sempre sofro com suas histórias, principalmente com essas que citei. Ele tinha o dom de nos conectar com os personagens, de nos fazer estar na pele deles e sentir todo o desespero. 

Em Os negros a crueldade é mostrada de forma a nos causar um tremendo impacto. Há uma cena em que o demônio do Aleixo (porque era o próprio demônio ou tinha pacto com ele de tão ruim que era esse homem!) para "testar" se um cachorro era mesmo bravo o atiçou contra um escravo e assistiu com prazer enquanto o animal estraçalhava o homem. A pessoa que estava vendendo o animal ficou chocada, então o monstro do Aleixo disse:

"- Ora bolas! Um caco de vida..."

Outras cenas horríveis são narradas. O livro todo nos causa terror e uma dor profunda no coração, por toda a maldade que os escravos suportavam, em como eram convencidos a não se revoltarem, pois eram "predestinados" à dor... Lembro que na época da escola um dos meus professores chegou a falar em detalhes sobre a forma que a própria Igreja "convencia" os escravos de que eles estavam naquela situação por vontade de Deus. E isso é horrível demais para minha cabeça. Em ver como os interesses sempre falaram mais alto que a humanidade. E não devemos nunca esquecer essa parte tão terrível da História do mundo. Do mesmo modo que lemos aos montes sobre Segunda Guerra Mundial e não esquecemos de todas as atrocidades cometidas e os milhões de pessoas que morreram, vítimas dessa guerra, não podemos esquecer também que a escravidão existiu e durou séculos. SÉCULOS. No Brasil terminou apenas em 1888. Há somente 131 anos, só para ressaltar. Pense em como ainda é recente e que todos os três séculos de escravidão no Brasil ainda repercutem nos dias atuais. Antes de considerar a luta de alguém "mimimi" se coloque no lugar do outro, por favor. 

Os pequeninos foi o segundo conto que li do autor no mês de junho. Um homem que já teve terras e uma vida próspera, mas que agora trabalha como carregador, pois perdeu tudo que tinha, conta para seus colegas como um dia foi desgraçado pelas formigas, que o fizeram perder um emprego de confiança e atingiram sua honra, que era o que mais prezava. A história é previsível, mesmo assim acompanhamos a narrativa sem tédio, pois o autor nos fisga e torna tudo interessante. Gostei bastante deste conto. 

A facada imortal é um conto que demorei bastante para entender e necessitei de uma segunda leitura para finalmente "decifrar" o texto. Isso porque não sabia o que era "fazer sangrar", "facada" e coisas assim, no contexto da história. Só depois de ler pela segunda vez é que compreendi que o personagem principal do conto, Indalício, era um jovem que tinha como "dom" utilizar sua lábia para arrancar dinheiro dos outros. Mas ele não o fazia como alguém que pede esmola. Não. Ele o fazia de modo astuto e elegante, fazia a pessoa lhe "emprestar" o dinheiro (sem que ele tivesse a intenção de devolver) atingindo de alguma forma o ponto fraco daquela pessoa, fosse bajulando, apelando para a vaidade do outro... Só que existia um amigo, Raul, que era um pão-duro, alguém que não emprestava nada para ninguém e a quem todos sabiam que Indalício nunca conseguiria enganar. Então, Indalício resolve que esse será seu desafio, fazer Raul ceder.

Em A policitemia de Dona Lindoca conhecemos uma senhora que após ver seus filhos crescerem e construírem suas próprias famílias, nota mudanças no comportamento de seu marido e suspeita de que ele a está traindo. Sendo uma mulher bem moralista e íntegra, não perdoa traição, mas antes que consiga confirmar suas suspeitas, consulta um médico por estar se sentindo mal há algum tempo. É quando descobre que está com policitemia, o que ocasiona uma transformação e tanto em seus filhos e no seu marido traidor. A história é bem interessante, embora não seja imprevisível.

"Quero ajudar o Brasil..." é um conto interessante pela grande crítica social e política. Dois incorporadores decidem incentivar a exploração de petróleo no Brasil, deixando claro para os possíveis investidores que era algo muito arriscado, que existia a possibilidade de fracasso e perda de todo o capital investido. Os ricos querem distância de tal projeto, os políticos mais preocupados estavam em vender o Brasil. Foram as pessoas pobres, que economizavam com muitos sacrifícios, os que resolveram arriscar, mesmo sabendo que poderiam perder o pouco que tinham. E quando um determinado homem procura os incorporadores, algo comovente se passa.

Sorte grande nos traz a história de uma família muito pobre. Com a morte do marido, a mãe teve que criar sozinha os sete filhos, num lugar sem esperanças, sem oportunidades até mesmo para trabalhar. Mesmo lutando para se formar em professora, a filha mais velha não consegue uma colocação, pois as poucas vagas eram preenchidas por quem tinha QI (quem indica) e assim Maricota, mesmo tendo uma profissão, não consegue a chance de exercê-la. Para piorar tudo, surge em seu rosto uma raríssima doença, que a faz se trancar dentro de casa, pois para a maldade sempre existia uma multidão... Ocorre que esta doença pode ser mais uma benção que uma maldição...

Dona Expedita é um conto que pretende ser divertido, mas que me deixou bem triste. :( A protagonista, D. Expedita, é uma senhora de 60 anos que insiste que tem 36, nunca saindo dessa idade, não importando se anos e décadas se passam... Ela nunca namorou nem teve a oportunidade de estudar, pois tinha um pai cujo único objetivo era destruir a vida das filhas. Quando ele morreu, já idoso, a vida tinha passado para ela e para sua irmã. A outra logo morreu, deixando Expedita sozinha e tendo que se contentar em trabalhar como empregada na casa de pessoas que enxergavam as criadas como objetos. O conto tem um tom meio cômico, mas eu não consegui achar graça de nada. Fiquei foi triste.

Herdeiro de si mesmo é um conto que trata da avareza, pelo que pude compreender da história, um dos sete pecados capitais. O Coronel Lupércio era um senhor milionário, que fez sua fortuna do nada, contando com a inteligência e a sorte. Enquanto outros tinham períodos de sorte e azar, ele só ganhava e assim acumulou uma grande fortuna. Ocorre que com a velhice e a proximidade da morte, não tem para quem deixar todo o seu dinheiro, pelo qual sempre foi muito apegado, não dividindo com ninguém. É então que ele tem uma brilhante ideia...

Espero que tenham gostado! )

*Os contos estão em ordem de leitura. Na coletânea a ordem correta é: Negrinha, As fitas da vida, O drama da geada, Bugio moqueado, O jardineiro Timóteo, O fisco, Os negros, Barba azul, O colocador de pronomes, Uma história de mil anos, Os pequeninos, A facada imortal, A policitemia de Dona Lindoca, "Quero ajudar o Brasil...", Sorte grande, Dona Expedita, Herdeiro de si mesmo


Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino, Felipe e Damon (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

7 comentários:

  1. Oi!
    Não sou muito fã de contos, raramente eu leio (geralmente quando quero algo mais rápido).
    Adorei a resenha individual que você fez de cada conto, alguns fiquei com bastante vontade de ler e outros nem tanto (aqueles que você mencionou serem bem mais fortes). Acho que lerei os que gostei e não terei pressa para terminar o livro.

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  2. Oi Luna,
    Sempre fico surpreso quando lembro que o mesmo autor de Sítio do Pica-Pau Amarelo, escreveu contos tão realistas e pesados. Sei da importância histórica desses contos, até pra gente compreender mais sobre o preconceito que cresce hoje no Brasil, mas não consigo ler sobre as atrocidades pelas quais essas pessoas foram obrigadas a suportar. Saber que o ser humano é capaz de fazer tais coisas, inclusive com o apoio da Igreja Católica, é inacreditável.
    Parabéns pelas ótimas resenhas. Suas colocações foram bem precisas e levantaram questões importantes.
    Com amor, André
    Garotos Perdidos

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  3. Eu fiquei conhecendo dessa obra de contos recentemente e já está em minha próxima compra, pois gosto demais da escrita de Monteiro Lobato e desejo demais ler esses contos de sua autoria. Espero estar lendo em breve.

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  4. Oi Luna!

    Então, eu não leio Monteiro Lobato por um simples motivo: ele é um autor extremamente racista. Desde que eu era pequena e li As Reinações de Narizinho lembro de ter me incomodado, porém só fui me dar conta desse racismo quando era bem mais velha e em um debate numa aula de literatura minha professora pediu para analisarmos o texto criticamente e eu soube que tinha alguma coisa errada ali e então, quando finalmente reli vi que ele era extremamente racista, fato que abomino, não vou falar muito mais porque entraria em outras questões e este não é o objetivo do meu comentário.

    É bom que você tenha gostado, mas aposto que se eu pegasse para ler o livro acabaria encontrando um milhão de defeitos e por isso vou passar a indicação desta vez.

    Beijinhos

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  5. Olá!
    É interessante como Lobato navega por gêneros tão diferentes e mantém a qualidade. Achei muito interessante os contos Bugio Moqueado e o Jardineiro Timóteo, fiquei bem curiosa para conhecer mais.
    Bjim!
    Tammy

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  6. Olá, tudo bem?

    Muitos leitores e críticos dos dias atuais tecem críticas negativas sobre alguns trabalhos do Monteiro Lobato, mas esquecem que a sociedade de sua época era completamente diferente, os usos e costumes eram diferentes, sem contar que não havia essa consciência que há hoje sobre os negros, sobre homossexuais e etc. O que quero dizer é que a sociedade de hoje busca tratar todos de forma igual e é o que deve ser. Eu gostei bastante da sua resenha, ficou super completa e gostei da forma como abordou cada conto.
    Abraço!

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  7. Ooi,
    Não tenho nenhum contato com Monteiro Lobato tirando o Sítio e apesar de ter curiosidade em conhecer suas outras obras ainda não comecei a ler nada dele. Tá na minha lista de possíveis leituras mas eu sempre passo outra coisa na frente! Gostei da rua resenha, me deu vontade de ler logo!

    Beijos

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