Nos anos 1920, mulher decente não largava o marido, quanto mais para fugir com cangaceiro. Mas Maria Bonita não seguiu as regras. Abandonou o casamento para se juntar ao bando de Lampião, passou fome, sede e foi constantemente perseguida pela polícia. Maria morreu jovem, aos 28 anos, sem jamais sonhar que um dia se tornaria um ícone popular. Décadas depois, passou a personificar a imagem da impetuosa guerreira, a Rainha do Cangaço, a Joana d'Arc da caatinga.
No entanto, sua história desfaz a ideia de que, no cangaço, homens e mulheres tinham direitos iguais. Abusadas sexualmente, desrespeitadas em seus direitos mais fundamentais, dentro ou fora do bando as mulheres viviam subjugadas aos desejos dos homens.
Neste livro, a jornalista Adriana Negreiros reapresenta, a partir de uma perspectiva feminina, a figura de Maria Bonita e descreve em cores vívidas o cangaço brasileiro.
Palavras de uma leitora...
- Antes de começar preciso dar dois avisos importantes.
Primeiro: Esta resenha pode conter SPOILER. Difícil dizer que a resenha de um livro de conteúdo histórico e não ficcional tem spoiler, mas para não me estressar (risos) melhor deixar o aviso. Porém, é importante também dizer que é uma biografia da mulher que se tornou um ícone cultural, conhecida dentro e fora do país, e cuja história não é segredo nenhum, existindo reportagens em jornais e revistas, tanto da própria época em que ela viveu quanto de momento posterior.
Segundo: neste livro são mencionadas diversas violências reais. Estupros e estupros coletivos (inclusive de crianças), torturas das mais terríveis, assassinatos brutais. Não se trata de um livro de ficção. Ele aborda o efeito do cangaço na vida das pessoas do sertão nordestino, que foram diretamente afetadas pelos bandoleiros, sobretudo nas décadas de 20 e 30.
"Mulher não tinha querer, quanto mais mulher de cabra morto."
- Pense numa pessoa que começou a ler o livro iludida, sem ter a mínima noção do que encontraria aqui. Claro que eu conhecia a história de Lampião e Maria Bonita, mas era a versão romantizada, que considerava Lampião um Robin Hood do Brasil, defensor dos pobres e oprimidos, um justiceiro, um herói do sertão. E a imagem de Maria Bonita era de uma transgressora por amor, que se apaixonou pelo famoso bandoleiro e fugiu com ele, vivendo uma linda e perigosa história de amor. Sendo uma guerreira, quase uma feminista. Era esta a versão que eu conhecia.
- O fenômeno do banditismo conhecido como "cangaço" surgiu no final do século XVIII no nordeste brasileiro, mas só ganhou força por volta da metade do século XIX e início do século XX. Embora diversos cangaceiros tenham aterrorizado o sertão nordestino por muitos anos, o mais famoso de todos foi Lampião, sendo conhecido inclusive como o Rei do Cangaço. Mas sua fama não se limitou àquela região: sua história (mesmo a romantizada) é conhecida no Brasil e fora dele. E é por muitos idolatrado até os dias atuais.
Os cangaceiros eram bandidos que entraram nessa vida por diversos motivos. Alguns por falta de oportunidade e desejo de sair da vida de miséria; outros para lutar por justiça e enfrentar a violência da polícia sertaneja, que oprimia as pessoas e cometia diversas atrocidades; mas uma parcela deles entrou para o cangaço pelo prazer em levar uma vida desregrada e um certo status que ser cangaceiro lhes dava. Como muitos dos escolhidos pelos líderes dos bandos tinham "crimes nas costas" existiam jovens que para não correrem o risco de serem rejeitados cometiam assassinatos aleatórios apenas para terem a "bagagem" necessária para passar na seleção.
A fama dos cangaceiros se espalhava cada vez mais pelo sertão ao longo das décadas, sobretudo após o surgimento da figura de Lampião. Seus crimes aterrorizavam boa parte da população, mas o mistério em torno dele e sua aparente imortalidade (sempre conseguia escapar de qualquer emboscada) fascinava outra parcela. E fascinou Maria de Déa, a que se tornaria famosa como Maria Bonita. Fama que só veio após a sua morte.
Nascida em 17 de janeiro de 1910 (embora exista o mito de que seu nascimento foi no dia 08 de março de 1911), Maria casou-se com um primo quando tinha não mais que quinze anos de idade e eram constantes as crises em seu casamento. Sempre que estava furiosa com o marido costumava voltar para a casa dos pais e assim as coisas permaneceram até os seus dezenove anos, quando decidiu que já estava cansada daquilo tudo e preferia os riscos de uma vida marginal do que a mesmice do dia a dia e as frequentes traições e agressões do marido (que tentava acabar com as discussões através de tapas e socos). Foi então que em princípios de 1930, Maria abandonou tudo e fugiu com Lampião, com quem já tinha um relacionamento desde 1929, se tornando a primeira mulher a entrar para o cangaço no Brasil. E, a partir do momento que ela passou a viver maritalmente com o mesmo, outros cangaceiros receberam permissão para levarem suas mulheres para o bando. Mulheres que até então eram mantidas longe de seus companheiros, sendo visitadas ocasionalmente por eles.
Maria de Déa encontrou seu lugar junto ao bando de Lampião e permaneceu ao seu lado até julho de 1938, quando ambos foram mortos pela polícia.
- Luna, de onde você tirou todas essas informações? Do livro, claro.rs Como estou fazendo especificamente a resenha deste livro escrito pela jornalista Adriana Negreiros, estou me limitando às informações contidas nele. Assim, o meu resumo acima foi feito baseado em tudo o que li nesta biografia. O livro possui mais de vinte páginas no final só sobre as fontes e notas do que a jornalista utilizou para esta biografia. Ela não inventou nada. Seus relatos são baseados em fontes confiáveis.
- Embora tenha se proposto a fazer a biografia da Maria de Déa (que só veio a se transformar na personagem inspiradora "Maria Bonita" após sua morte) a jornalista deixa claro que é muitíssimo difícil obter informações sobre a vida real desta mulher. Muitas das notícias que saíram sobre ela não eram confiáveis, tendendo a ser fantasiosas. Sobre isto a autora diz: "A memória da Rainha do Cangaço na imprensa da época é imprecisa, precária e fantasiosa." E ainda: "[...] a história de Maria Gomes de Oliveira é contada apenas por terceiros. As lacunas em torno de sua trajetória, embora dificultem a reconstituição dos fatos, não diminuem sua influência."
Sua parte no bando e seu relacionamento com Lampião possuíram duas fases na imprensa da época: numa fase ela foi simplesmente ignorada, na outra criou-se toda uma lenda em torno dela, mesmo assim ela não atingiu uma real fama em vida. O "estouro" ocorreu depois.
- Por conta da dificuldade em reconstruir a história de vida de Maria Bonita, a autora na verdade não se concentrou nela. O livro é muito mais sobre as atrocidades cometidas pelos cangaceiros e pelas tropas volantes (força policial que também aterrorizava muitos sertanejos) do que sobre a personagem propriamente dita. E é justamente essa reconstrução histórica do sofrimento daquele povo nas mãos do diabo e do demônio que nos choca. Toda a crueldade que a jornalista tinha a intenção de nos fazer conhecer.
"Para o sertanejo pobre, não havia escapatória. Era uma questão de escolher entre dois tipos de violência não muito diferentes. De um lado, a das forças policiais, cujos métodos de tortura em nada deixavam a dever aos dos bandidos. Do outro, dos cangaceiros, homens embrutecidos, vingativos e perversos."
- A vida daquelas pessoas era simplesmente um tormento. Como estar no inferno em vida. A crueldade das forças policiais da região na época era conhecida inclusive em outras regiões do país, mas fortemente ignorada. Pessoas viam o pouco que possuíam ser roubado, isso quando coisas piores não aconteciam: estupros de moças e assassinatos. Uma das cenas mais cruéis do livro (se é que se pode escolher uma) é quando o cabo Roseno, que comandava uma busca aos cangaceiros, invadiu a propriedade de uma viúva. Na casa estava apenas a filha da mulher, uma menina de apenas treze anos. O "homem da lei" estuprou a garota e depois deixou que seus colegas de trabalho também a violentassem. Não satisfeito ele ainda assassinou a menina. [Informação contida nas páginas 53 e 54 do livro]. Esse é apenas um dos vários relatos monstruosos que a jornalista faz. Então, os cangaceiros eram melhores e por isso uma parte da população os apoiava? Não. Em nada eles eram melhores. Como eu disse (e a autora utilizava as mesmas palavras para descrever a situação): era como viver entre o diabo e o demônio. Dava no mesmo. As pessoas tinham que conviver com o constante medo de serem assassinadas ou de verem suas filhas serem brutalizadas.
Quanto à conduta dos cangaceiros em relação às mulheres, na verdade, a situação era ainda pior. Corisco, um dos famosos bandoleiros da época, raptou uma menina de doze anos simplesmente por vingança. A arrancou da casa do pai e a estuprou com crueldade. A criança, que mal entendia o que estava acontecendo e sentia medo e dores terríveis, quase morreu. Febre alta, hemorragia e infecção foi o que ela teve que suportar nas semanas que se seguiram enquanto lutava pela vida. Corisco simplesmente a levou para a casa de uma tia depois do estupro para que a mulher cuidasse da recuperação da menina [Páginas 32-34].
Tempos depois, quando a garota já estava recuperada (apenas fisicamente, claro) ele passou a visitar a casa para prosseguir com os estupros. Quando Maria de Déa entrou para o bando e Lampião concedeu permissão para que outras mulheres fossem levadas, Corisco buscou Dadá (a menina raptada) e a levou para o bando também, como se ela fosse "sua mulher" e não sua vítima. Esta é apenas a história de uma das tantas meninas a serem levadas à força de suas casas. Embora existissem mulheres que se fascinavam pela fama dos bandoleiros e os seguisse para aquela vida, muitas foram as crianças e adolescentes sequestradas ou entregues por suas famílias. Ou elas iam ou morriam. E eles matavam mesmo. A vida humana, sobretudo a vida de uma mulher, nada valia para eles.
- Eu poderia mencionar aqui todos os casos de crueldade contra as mulheres relatadas no livro. E como a sociedade parecia não considerar isso grande coisa. Existia um machismo muito forte na época, ainda que a jornalista mencione que na década de 20 começaram os primeiros movimentos feministas no país. Todavia, ali naquele sertão, de pessoas muitas vezes pouco instruídas e acostumadas com a submissão da mulher ao homem, relatos de estupros, mesmo os estupros coletivos, não eram tão chocantes. As pessoas davam mais importância aos assassinatos de homens do que às violências cometidas contra as mulheres. Se uma moça fosse violentada ela é que ficava manchada. E se procurasse as autoridades correria o risco de sofrer novamente uma violência:
"Para uma jovem estuprada por cangaceiro nos anos de 1930 no sertão do Nordeste não havia muito a fazer além de maldizer a própria sorte. Denunciar o crime às forças volantes seria duplamente temerário." [Página 53]
E se você tem a ideia de que o Rei do Cangaço não admitia ou não participava dos constantes estupros cometidos contra as mulheres te digo que tem uma ideia totalmente equivocada. Ele não só participava como se divertia. Gostava de ver o sofrimento, as lágrimas, ouvir os gritos das mulheres enquanto eram violentadas. Há uma cena relatada na página 52 do livro, mas é muito forte e não tenho estômago nem para colocar o trecho aqui. Segundo os cangaceiros, os estupros ocorriam porque "as mulheres queriam". E muitas vezes eles se referiam a tais monstruosidades como "brincadeiras", segundo as palavras da jornalista.
- Como se não bastassem os estupros cometidos, as mulheres também enfrentavam o medo de serem espancadas ou marcadas com ferro quente (como se marcava gado). Há inclusive uma foto no livro de uma moça que foi marcada por ferro. A justificativa dada pelo cangaceiro que aterrorizava na época com tal prática? Mulher não podia usar cabelo curto ou roupa acima do joelho. Se encontrava uma que estivesse assim ele marcava com ferro. Nem sempre só no rosto.
Mas não eram apenas as mulheres fora do bando que estavam em constante risco. Embora Maria Bonita possivelmente não tenha sofrido violência por parte de Lampião, o mesmo não se pode falar das mulheres dos outros cangaceiros. Muitas foram inclusive assassinadas. O mais brutal dos relatos de uma mulher de cangaceiro morta pelo "marido" foi o da jovem Lídia (acho que era este o nome dela), tida como uma das mulheres mais lindas que já tinham visto. Por tê-lo traído, ela foi sentenciada à morte pelo desgraçado e não consigo nem descrever como ele a matou. Foi muito cruel. E ela suplicou por ajuda dos demais cangaceiros (e das outras mulheres), mas ninguém a socorreu. E isso me leva a uma outra questão: muitas mulheres consideravam normal e aceitável a violência, até mesmo o assassinato de outras mulheres.
Dadá, que partiu meu coração ao se transformar da menina inocente que só queria suas bonecas em uma mulher cruel e que não sentia empatia, era uma das que defendiam as condutas dos homens. Ela se tornou muito fria. A violência a que foi submetida por Corisco e a vida no cangaço, bem como a mentalidade da época, a fizeram considerar que uma mulher tinha que sempre "respeitar seu marido". Assim, se a mulher errava de alguma forma, ela dava razão ao desgraçado por espancar e até matar a mulher. Desta mesma forma pensavam outras mulheres.
- Não pensem que as mortes de mulheres eram cometidas apenas por cangaceiros ou pelas tropas volantes. O "cidadão comum" também era capaz de matar. Assim, a jornalista também traz a história de uma mulher que foi assassinada pelo ex-marido. Ele é que tinha ido embora de casa, trocando a esposa por outra mulher. Todavia, quando "achou" que ela (a ex-esposa) o estava traindo a assassinou a tiros. O crime acabou por chocar as pessoas porque ela era inocente. Porque não o tinha traído. Isso me gera um incômodo muito grande. Porque faz com que eu me pergunte se as pessoas teriam ficado chocadas da mesma forma com o crime brutal se ela o tivesse traído. Diante de tudo o que li neste livro chego à terrível conclusão de que não. As pessoas não teriam ficado horrorizadas. Elas possivelmente veriam na traição a justificativa para o homicídio. Isto é horrível. Ademais, a mulher não estava mais com aquele filho do demônio, conforme eu ressaltei. Ainda que ela tivesse se envolvido com outro (coisa que não fez) ele não teria direito sequer de questioná-la!
- O trabalho da jornalista neste livro é incrível. Ela tenta ao máximo reconstruir os passos da Maria Bonita, do Lampião e dos cangaceiros do bando dele e dos demais bandos, bem como não deixar de fora nenhum dos aspectos históricos importantes, como as questões políticas da época, o governo de Getúlio Vargas e sua influência no sertão nordestino. Menciona ainda o interesse de empresas estrangeiras em Lampião e um episódio de envolvimento real dessas empresas. Outro aspecto importantíssimo é que o "reinado" de Lampião não durou décadas à toa: ele era apoiado por gente importante. Dependendo da maré política, ele recebia forte apoio inclusive de políticos. A caça ao bandoleiro era feita conforme a vontade dos governantes do momento. Existiam momentos em que o queriam capturar vivo ou morto, custasse o que custasse. Todavia, existiram episódios em que a perseguição foi afrouxada. Porque era conveniente.
"Lampião fazia e acontecia porque contava com a proteção de políticos, grandes coronéis e modestos fazendeiros de boa parte do Nordeste brasileiro."
- Embora algumas pessoas mais humildes apoiassem Lampião por terem medo dele e desejarem estar a salvo de suas crueldades (e estar nas boas graças era melhor do que ser considerado inimigo), existiam fazendeiros e outros personagens da história do sertão que eram fortes aliados do bandoleiro por interesses próprios, por obterem certas vantagens. Nada que me surpreenda, afinal de contas, estamos falando do Brasil. Todavia, existia ainda uma outra parcela da população que de fato acreditava que Lampião era herói.
O livro é bem rico em detalhes, em conteúdo histórico. Mas é pesado. Não tem como ler sobre tantas crueldades e ficar impassível. Eu me senti mal. Literalmente. Tive pesadelos por mais de uma noite. Por muitas vezes fiquei pensando no livro até dormir. Imaginando como era terrível a vida das pessoas constantemente ameaçadas pela extrema violência, sem saber se estariam vivas no dia seguinte. Existiam crimes que eram cometidos contra uma família inteira. Se alguém provocasse o ódio de qualquer dos demônios que aterrorizavam os sertanejos não era incomum que toda a família pagasse o preço. A jornalista relatou mais de um caso de assassinato de vários membros de uma mesma família, inclusive crianças. Não tem como ler algo assim e ficar bem, gente. Era maldade demais, era um verdadeiro inferno. E o pior é que vi alguns comentários de gente dizendo que a leitura era bem leve. E me pergunto como alguém pode dizer uma coisa assim! Me expliquem como um livro que aborda estupros diversos, torturas e assassinatos aterrorizantes pode ser leve!!! Não é!
- Eu comentei com um amigo tudo o que foi relatado neste livro. E essa pessoa não acreditou. Ela tem o Lampião como um ídolo desde sempre e se nega a acreditar em todas as atrocidades que ele cometeu, mesmo que eu diga que a autora fez uma pesquisa profunda e um trabalho cuidadoso. E fico me perguntando quantas pessoas mesmo após tomarem conhecimento das maldades do Lampião não seguirão vendo-o como um herói, um Robin Hood.
Lampião não era um herói. Não para mim. Ele era um monstro. Não totalmente incapaz de amar, admito. Afinal de contas, ele amou a Maria Bonita até o fim. Tudo indica isso. E tinha afeto por alguns de seus capangas, às vezes se sensibilizava. Às vezes ajudava as pessoas. Mas um homem que admitia e participava de estupros, que torturava e assassinava como se se tratasse de um jogo não era bom.
- É muito interessante quando chegamos ao final do livro e lemos os comentários pessoais da jornalista Adriana Negreiros sobre sua pesquisa e como ela ficou chocada com a maneira como as mulheres vítimas das atrocidades mencionadas no livro foram muitas vezes desacreditadas. Houve inclusive quem considerava que uma menina de onze anos, forçada a ir com um cangaceiro, na verdade tinha ido porque quis. Ressalto: uma menina de onze anos. A autora traz essas questões para os dias atuais, comparando-as com as vítimas de estupro que são, mesmo em pleno século XXI e todas as conquistas das mulheres, consideradas culpadas por muitas pessoas. A sociedade gosta de inverter as coisas e colocar a culpa do estupro e de outras formas de violência sempre na mulher.
"Uma distorção atávica, que transforma vítimas em culpadas e procura encontrar no comportamento feminino as alegadas razões para justificar a opressão." [Página 250]
- Recomendo o livro a quem tem estômago forte e também a quem deseja conhecer mais do cangaço e do tormento que isso provocou na vida da população do sertão nordestino. É sempre bom conhecermos a história do nosso país, por mais terrível que seja mergulhar em livros assim.
-> Desafio do Canal Aventuras na Leitura
Tema concluído: livro de não-ficção escrito por uma mulher
ola LUNA
ResponderExcluirFIQUEI chocada com os relatos que a autora menciona nesse livro ,QUANTA CRUELDADE QUANTAS COISAS tenebrosas que acontece e nos muitas muitas vezes nem ficamos sabendo.E O pior tratam esses casos com um certo romantismo um heroismo inexistente.A VERDADE ? ah a verdade muitos não querem enxergar.INCRIVEL QUE tanta brutalidade tenha ficado escondido .HORRIVEL saber de tanta crueldade cometidos contra mulheres e crianças E horrivel ver que hoje ainda muitas mulheres são mortas pelos seus ex companheiros e que outra mulheres e crianças sofrem abuso sexual PARABENS PELA RESENHA
Olá, Eliane!
ResponderExcluirMe senti da mesma forma. Eu não fazia ideia de que todas essas coisas tinham acontecido. Foi horrível descobrir o quanto o povo do nosso país sofreu nas mãos tanto das autoridades policiais quanto dos cangaceiros. E que o governo muitas vezes agia de modo negligente, isso quando não apoiava abertamente o Lampião. Horrível demais saber dessas coisas. :(
Pois é. Ver o Lampião e outros cangaceiros como heróis é absurdo. As pessoas romantizam as condutas de monstros. E algo assim é difícil de entender. Eu não consigo.
Verdade. Os anos se passam e nada muda. Saímos do século, estamos chegando a segunda década do século XXI e tudo continua igual. As mulheres e crianças seguem sendo vítimas de violência e a sociedade continua vendo as vítimas como culpadas.
Pois então, eu tive este livro e menina, fiquei apavorada. É de uma crueldade sem fim. As fotos são terríveis e eles eram terríveis também. De uma maldade só. Não se pode ter pessoas assim como heróis pois o que eles faziam era uma maldade sem fim, principalmente com idosos e as crianças!
ResponderExcluirOi, Luna!
ResponderExcluirEu sempre ouvi comentários de pessoas que tratavam Lampião como herói e outras que o tratavam como um monstro, e confesso que nunca fui atrás para saber realmente mais sobre a história do cangaceiro. Agora, ao saber de todas essas atrocidades cometidas no cangaço, fica claro que eles realmente deviam ser terríveis. Pela sua resenha, o livro parece bem forte, e por mais que eu esteja acostumada a ler cenas de violência, penso que quando se trata de uma violência que se passa em um contexto fora da ficção é impossível não ficarmos meio chocados. Gostei da sua resenha, me trouxe um novo olhar sobre o cangaço! Beijos!
Jéssica Martins
castelodoimaginario.blogspot.com
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirNossa, fiquei chocada com sua resenha, quando vi a capa do livro, logo pensei sobre toda aquela fantasia do casal romântico do cangaço e tudo o mais. Ainda bem que já vou ler o livro sabendo que o que realmente se passou foi bem diferente.
Estou pasma com a quantidade de absurdos. Acho que eu ficaria muito angustiada lendo as cenas de abusos as mulheres e crianças, deve ser uma leitura muito forte (ainda mais sabendo que foi real e que várias dessas coisas acontecem ainda hoje).
Eu amei sua resenha, eu via esse assunto de um jeito bem diferente e fantasioso. Vou logo comprar o livro e descobrir um pouco mais sobre a história do sertão nordestino.
Obrigada por compartilhar!!
Beijinhos!!
Olá, Luna.
ResponderExcluirÉ uma época que realmente foi muito pesada e muitas pessoas hoje em dia acabam fantasiando que é mil maravilhas, mas é bom vir uma biografia dessas para explicar melhor sobre a época para quem não tem muito conhecimento.
A narrativa deve ser muito cruel, apesar de eu não me interessar, é ótimo para quem gosta do assunto!
UAU. Fiquei chocada com a forte emoção que você colocou em suas palavras. Já imaginava um pouco disso, porque quando criança assisti a uma série da Manchete chamada Mandacaru. Lá eles retratavam um pouco a realidade da vida no cangaço. É claro que nada tão real quando o livro de Adriana Negreiros, mas, sinceramente, não entendo como tenha gente que veja Lampião como herói. O_O
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEsse é o tipo de livro que nos faz ficar de queixo caído sobre as histórias que aprendemos no colégio. Não fazia ideia dessa reviravolta e senti pena da Maria Bonita.
Sua resenha me deixou com uma imensa revolta e ao mesmo tempo uma vontade enorme de conhecer o outro lado da história.
Beijos!
Camila de Moraes
Eu gosto muito de obras biográficas, e essa parece-me bem interessante porque aborda o tratamento abusivo sofrido por mulheres, tema que, por incrível que pareça, ainda é bastante atual. Esse livro já foi para a minha lista. Adorei.
ResponderExcluirTatiana
Eu só conhecia a versão romantizada da história (e bem pouco) e fiquei chocada com os relatos brutais contidos nesse livro. Existem muitas coisas na história que a gente não conhece e é importante esses livros para nos instruir melhor. Muito completo a sua resenha, parabéns.
ResponderExcluirBeijos, Gabi
Reino da Loucura | Instagram
Me interesso muito por histórias reais, principalmente quando envolve personagens tão marcantes e importantes.
ResponderExcluirApesar de explorar um lado mais duro e pesado, ainda assim considero fundamental conhecer os fatos sem aquela romantização boba.
Ola Luna, tudo bem?
ResponderExcluirEntão, eu gosto muito da historia do cangaço e tenho muita curiosidade de ver mais a fundo o que aconteceu nesse bando de Lampião.
Porém, pela sua resenha, acredito que eu não tenha estômago forte para ler essa obra não.
Beijos
Olá Luna, eu não conhecia esse livro, mas pelos seus comentários a autora/jornalista conseguiu construir um texto rico em fatos históricos desmistificando todas essa lenda em cima do Lampião. Vou anotar esse livro para ler entre leituras mais leves.
ResponderExcluirNossa, não sabia que existia um livro dedicado a famosa mulher do Cangaceiro. Confesso que fiquei bem curioso para saber da história na íntegra, pois é bem interessante e podemos até dizer exótica a história deles.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirnão sei se tenho estômago para tudo que está presente neste livro mas confesso que fiquei interessada em fazer essa leitura. Como você mesma disse é sempre bom conhecer a história de nosso país ainda mais em se tratando de uma obra como esta, cheia de recursos, relatos históricos... sem falar na descrição crua da realidade do cangaço.
Abraços!
Nosso Mundo Literário
Uma coisa eu sempre tive a minha dúvida: se realmente a vida de Maria Bonita era essa belezura que muitas das vezes foram contadas. Realmente esse é um livro que não é para qualquer um ler, se lendo a sua resenha eu já me senti nauseada imagino os sentimentos que se passam ao ler ele e ver quanta covardia aconteceu na época.
ResponderExcluirAchei bem interessante os pontos que você abordou na sua resenha. E principalmente ter mencionado o fato de que as coisas não eram fáceis. Só de pensar nos abusos que se crianças e mulheres sofreram.
Parabéns pela resenha, foi muito bem informativa. Beijos
Olá!
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro, mas eu tenho uma admiração gigante pela história do Cangaço e da Maria Bonita, eu acho que ela representa muito a mulher de hoje em dia, que apesar de todas as dificuldades, luta pelos seus ideais. Dica anotada!!!
Traveling Between Pages