Ele a conheceu no ônibus e só entrou naquele horário porque se atrasou cinco minutos. Sentou-se no banco ao lado dela, porém não pode ver seu rosto que estava escondido entre a grande seda que vestia. Mesmo assim, ali os iniciam seu romance.
Palavras de uma leitora...
- Vocês sabem que tenho uma certa implicância com a escrita do autor, certo? Todavia, as "manias" que tanto critico nele estão totalmente ausentes nesta novela maravilhosa chamada Cinco Minutos. Deus do céu! Como não li este livro antes?! Como é possível que eu tenha adiado a leitura por tanto tempo?
Um dia, vários anos atrás, eu estava andando distraída quando passei por uma lojinha que vendia livros antigos, a maioria clássicos. Já tinha passado por ela antes, mas creio que aquela foi a primeira vez que dei atenção aos livros "antigos". Estavam custando tão baratinho que me atrevi a trazer alguns. Foi puro impulso, uma vez que tinha um pré-conceito enorme dos livros clássicos, sobretudo se fossem de autores nacionais.rs Mas já que custavam pouco isso me animou a trazê-los. E eis que um deles é o que resenho agora, que contém duas histórias do autor: Cinco Minutos e A Viuvinha.
"É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima.
Mas é uma história e não um romance."
Para ele, pontualidade não era uma qualidade e sim um defeito. Dos piores. Detestava ser pontual, permitir-se ser controlado pelo relógio. Assim sendo, naquele dia em especial, ele estava atrasado. Necessitava pegar o ônibus, mas por causa de cinco minutos o perdeu, tendo que resignar-se a esperar o próximo. E o que poderia ser motivo de impaciência e imprecações para muitos, para ele foi o início de toda a sua vida. Porque o que quer que tivesse sido antes daquele momento definitivamente não era mais.
"Senti no meu braço o contato suave de um outro braço, que me parecia macio e aveludado como uma folha de rosa."
Sentando-se ao lado de uma desconhecida, de quem era impossível ver o rosto, que encontrava-se coberto, ele sentiu o que jamais havia sentido na vida. Uma atração incontrolável, um sentimento que o impulsionava a querer aproximar-se mais, descartando toda prudência ou bons costumes. Queria tocá-la, queria beijá-la, ainda que não a conhecesse... mesmo que não soubesse sequer o seu nome.
Mas os momentos ao seu lado foram breves e quando ela desceu... ele não fazia ideia de como encontrá-la. Quem seria? Onde moraria? E o que quisera dizer com aquela frase tão impactante... com aquele "não me esqueças"?
"[...] e continuava tristemente o meu caminho, atrás dessa sombra impalpável, que eu procurava havia quinze longos dias, isto é, um século para o pensamento de um amante."
Desesperado, sem saber bem o que fazer com o que sentia e com a impossibilidade de achá-la, ele seguiu procurando-a, pois a esperança não queria abandoná-lo. No fundo, acreditava que um dia voltaria a vê-la...
Seria amor o que sentia? Era possível amar alguém após um simples toque, um fugaz som de sua voz?
"O amor que é insaciável e exigente, e não se satisfaz com tudo quanto uma mulher pode dar, que deseja o impossível, às vezes contenta-se com um simples gozo d'alma, com uma dessas emoções delicadas, com um desses nadas, dos quais o coração faz um mundo novo e desconhecido."
- Não sei se estou muito romântica e sonhadora hoje, mas o certo é que amei profundamente esta história, gente! Como a amei! E olha que só comecei a lê-la porque estou lendo um livro mais longo e não tenho como resenhá-lo esta semana. Assim, para não deixá-los sem resenha, peguei este livro na estante, pois ele é curtinho. E a minha surpresa não poderia ser maior e nem mais agradável. Estou realmente encantada.
A história é uma novela, pois é um pouco mais longa que um conto e bem mais curta que um romance. Desta forma, não há muito o que eu possa contar sem acabar soltando vários spoilers e contando o livro inteiro.rsrs
Ele sempre foi fortemente indicado por algumas pessoas que conheço, mas nunca pude entender o fascínio que provocava, o que teria de tão forte para que fosse tão recomendado. Somente ao lê-lo pude compreender. E me arrepender amargamente por ter demorado tanto em dar-lhe uma chance! É uma daquelas histórias que lemos e não esquecemos. Que queremos reler. De novo e de novo. E outra vez novamente.rs
"Não era possível que continuasse a correr atrás de um fantasma que se esvaecia quando ia tocá-lo."
- Prefiro não falar muito dos personagens, pois penso que até mesmo dizer o que senti por eles pode acabar sendo spoiler. A história é escrita em forma de carta (já é o terceiro livro epistolar que leio este ano!kkkkk), endereçada a uma prima do protagonista principal, nosso querido impontual. Ele narra todos os acontecimentos que iniciaram-se com aquele atraso de cinco minutos. É uma narrativa que nos envolve desde as primeiras linhas e não queremos parar. Infelizmente, por conta das obrigações diárias, sobretudo o trabalho, tive que parar a leitura muitas vezes ao longo do dia; caso contrário teria lido em menos de meia hora, uma vez que ele possui apenas 53 páginas.
- Não lembro de todas as pessoas que me indicaram esta história ao longo dos anos. E vocês lembram o que aconteceu com minhas listas de indicações, certo? Ainda estou tentando reorganizá-las e recuperar o máximo de recomendações possível. Um dia consigo!rs Enfim... Duas pessoas que sei com certeza que me indicaram Cinco Minutos foram: A querida Renata Cristina, do saudoso blog Mil Suspiros, e a Tati, uma amiga que não vejo há muito tempo e sinto imensa saudade. Finalmente li o livro, meninas! Muito obrigada pela indicação! :D
E o livro longo que estou lendo é a Parte 1 de O Resgate no Mar - Diana Gabaldon. Jamie, Jamie, Jamie! Suspiros...
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