(Título original: Flora's Defiance
Tradutora: Ligia Chabú
Editora: Harlequin
Edição de: 2011)
2º Livro da Trilogia Gravidez Secreta
As mulheres se atropelavam para dizer “sim” a todos os desejos de Angelo van Zaal... e por isso a orgulhosa Flora Bennett o desafiou ao dizer “não” a seus planos!
Afinal, ela estava decidida a adotar sua pequena sobrinha, apesar de Angelo estar certo de que teria a guarda da menina. E, ainda que estivesse bravo consigo mesmo por não resistir a Flora, ela o deixou ainda mais arredio por ignorar a atração evidente entre ambos. Para Angelo, deveria haver alguma maneira de fazer Flora obedecer a todos os seus desejos… e de fato havia - mas isso envolveria outra gravidez e mais bebês…
Palavras de uma leitora...
“ - Eu não sou linda
– ela lhe disse, relutante em confiar nele ou em qualquer homem.
Angelo de repente
sorriu, e o rosto bonito foi iluminado por um brilho que fez o coração dela
disparar no momento em que ele abaixou-se ao seu lado na cama.
- Eu acho que você é,
e só estou interessado em minha própria opinião.”
Depois de passar por um período
bastante turbulento em sua vida, Flora tinha todos os motivos do mundo para não
confiar mais em homem algum. Não tinha uma opinião muito boa sobre eles e
decidira fazer todo o possível para mantê-los o mais longe de sua vida e de seu
coração. Mesmo que no fundo seu coração e todo o seu ser ansiasse por amor e
estivesse em guerra com ela desde que conhecera Angelo van Zaal, o dono dos
olhos azuis que a hipnotizavam, do corpo que lhe tirava o fôlego e a fazia
desejar mandar toda a prudência para o espaço… e de uma arrogância que a fazia
pensar em atacar o objeto mais próximo (e pesado) em sua cabeça. Se todos os homens eram cretinos indignos de confiança,
Angelo era o líder deles. Não existia ninguém que conseguisse tirá-la do sério
com tanta facilidade como ele fazia. Não havia ninguém que a fizesse
comportar-se como uma histérica e ao mesmo tempo a tornasse tão ciente do seu
corpo e de suas vontades como ele. Mas Flora jurara que jamais se apaixonaria por
alguém como Angelo. Porque não estava disposta a repetir a mesma história de
sua mãe. Não queria ver-se presa a um relacionamento destrutivo, fadado ao
fracasso desde o início. No entanto, seu coração tinha outros planos. E estava
decidido a ignorá-la por completo.
“- A perspectiva de dormir com uma mulher pelo resto da vida o
apavorava tanto como uma dose de veneno.”
Angelo não acreditava no amor. Jamais
em sua vida havia se apaixonado e não acreditava que isso um dia fosse
acontecer. Também não via com bons olhos o casamento e lhe dava pânico
imaginar-se a vida inteira dormindo ao lado de uma mesma mulher. Era
definitivamente o tipo de vida para a qual ele não havia nascido. Mas quando
seu irmão e cunhada morrem em um terrível acidente, ele se vê, de um momento
para o outro, com uma linda garotinha de nove meses sob sua responsabilidade e,
de repente, já não importava mais o que ele desejava. Tudo passara a girar em
torno da sua pequena sobrinha e do que pudesse ser melhor para ela. Algo que o
faz rever seus planos para o futuro e coloca Flora, tia da menina, novamente em
seu caminho. O que o desestabiliza, irrita e atormenta na mesma proporção em
que desperta nele um sentimento que ele não admitiria nem para si mesmo. Um
sentimento que vira seu mundo de ponta-cabeça e o faz perceber que tudo que
ele tinha não era suficiente. Que no fundo, ele ansiava por mais. Pelo que
Flora podia lhe dar. Com Flora a vida era sempre uma montanha-russa, com quedas
bastante violentas e que muitas vezes o pegavam desprevenido. Mas, conforme o
tempo passa e ela vai penetrando cada vez mais em seus dias (e pensamentos),
Angelo começa a se perguntar o que faria quando ela partisse… E se seria possível
convencê-la a ficar…
“Angelo suspirou lentamente.
- Que tipo de garantias você está pedindo?
- As óbvias: pare de agir como se você fosse duro como um
tijolo! – gritou ela, com raiva. – Você sabe o que estou pedindo! Quão
comprometido você estaria para tentar fazer este relacionamento dar certo?
- Eu não vou discutir os bons pontos de relacionamentos –
declarou Angelo, fechando outra porta diante do rosto dela.
- Então, fim da conversa. Eu não vou me mudar para Amsterdã para
viver com um homem tão imaturo que nem mesmo pode falar sobre o que quer e
espera de mim ou de si mesmo!”
- Eu comecei a leitura desta história
sem muita esperança.rs… Depois da decepção que tive com a história anterior,
estava com um certo receio. Porém determinada a ler a trilogia até o final. O
que se provou uma excelente decisão logo que li as primeiras páginas. Assim que
iniciei a leitura pude ter certeza de que a Lynne Graham realmente estava num
mau momento ao escrever Coração Rebelde.
Porque Desafio do Amor é Lynne Graham
no seu melhor estilo. E quando digo melhor…
quero dizer uma história escrita à semelhança de A Promessa de Volakis (que é a melhor história que a LG já escreveu).
A história de Angelo e Flora contém tudo o que o livro anterior não possuía. A
paixão que passou há quilômetros de distância da história de Alejandro e Jemima
se fez presente neste livro. Em nenhum momento deixei de acreditar no
relacionamento que foi surgindo entre Flora e Angelo. A paixão que
imediatamente tomou conta deles, assim que se reencontraram. A intensidade. A
fúria que um despertava no outro. Se bem que para ser bem sincera, o Angelo era
muito mais racional.rsrs… Ele não era de ficar fazendo cena. Mas a Flora…
Fiquei até surpresa por não vê-la arremessar algo na cabeça dele. Creio que foi
porque não tinha nada muito pesado por perto.rs…
- Flora não tivera o que se pudesse
chamar de “infância”. Aquela havia sido a fase mais difícil e traumática de sua
vida e se servira de algo, fora para ensiná-la a não confiar jamais em homem
algum e lutar para ser independente. Para que jamais ficasse presa a um
relacionamento destrutivo, por não ter condições financeiras para se libertar.
Ela havia visto sua mãe destruir-se, dia após dia, diante das diversas traições
de seu pai, que não ficava satisfeito apenas em ter alguns casos extraconjugais,
mas tivera também a necessidade de formar uma nova família, enquanto ainda
vivia com a esposa e a filha. Somente anos depois, quando seus pais finalmente se
separaram, Flora viera a ter conhecimento de Julie, sua meio-irmã, apenas cinco
anos mais nova que ela. Durante a vida inteira Julie tivera que suportar a
constante ausência do pai e vê-lo com frequência fazendo compra com a esposa e
a filha, e fazer de conta que ele não era seu pai. Fingir que não o conhecia. Quando
ambas cresceram e Julie entrou para a faculdade, passou a morar no apartamento
da irmã e assim as duas se aproximaram. Mas não o suficiente para que a menina
confiasse na irmã e contasse o que de fato se passava com ela. Vivendo seu
próprio pesadelo na época, Flora não conseguira perceber a tragédia que se
anunciava. Quando finalmente soubera já era tarde demais. Já não havia tempo
para salvar sua irmã. Ela já a havia perdido. E para sempre. O que lhe restaura havia sido as lembranças do curto
tempo que passaram juntas, das afinidades, da oportunidade que se deram como
irmãs. Mas, acima de tudo, lhe restaura Mariska. Sua pequena sobrinha que
sobrevivera por um milagre. Que havia sido lançada para fora do carro, sofrendo
nada mais que alguns arranhões. Sorte que os pais dela não tiveram…
Determinada a levar sua sobrinha com
ela para a Inglaterra, Flora viaja para a Holanda, mas ao chegar lá percebe que
conseguir a guarda de Mariska não seria tão simples como ela pensava. Embora
fosse a única parente de sangue que a pequena possuía, a influência de Angelo
sob a menina, e todos que haviam acompanhado aquela história, era muito grande
e ele possuía maiores chances de vencer nos tribunais do que ela. Além disso,
Flora também percebe que a atração que sentira ao conhecer Angelo não passara
como ela pensava que ocorreria. Apenas aumentara, ao ponto de ela perder
qualquer possibilidade de pensar quando estava perto dele. Ele mexia com ela
como homem algum jamais havia mexido. E transformava suas convicções em meras
ilusões. Ela sabia que seria loucura acreditar nas promessas daqueles lindos
olhos azuis. Que perder-se neles representaria de fato a sua perdição. Sabia que acabaria se machucando. Mas seu
coração estava disposto a correr o risco. Talvez se ferisse. Talvez não
conseguisse se recuperar das feridas provocadas por aquela paixão. Mas, ao
menos uma vez na vida, ela devia dar-se ao direito de amar. Nem que fosse só
por um momento.
“- Eu era totalmente independente, até que você entrou na minha
vida e insistiu em interferir. Por que isso? Por que não me deixou em paz?
- Baixe seu tom de voz – ordenou Angelo.
- Não! – recusou Flora, sem hesitação, porque gritar com ele era
uma forma de extravasar suas emoções, e isso estava lhe fazendo bem.”
- Uma das coisas que mais amei nesta
história, é que tudo não surgiu à primeira vista. Nem da parte do Angelo e
muito menos da parte da Flora. Eles não se apaixonaram logo que se conheceram.
Eles se sentiram atraídos um pelo outro sim,
mas não passava disso: atração física. Uma atração violenta, que os impedia de
pensar em qualquer outra coisa que não fosse tirar a roupa um do outro o mais
rápido possível, mas ainda não existia amor ali. O amor foi surgindo aos poucos
e nenhum dos dois saberia dizer quando de fato toda aquela paixão foi se
transformando em amor. Só perceberam que se amavam quando a separação se tornou
a única alternativa e tal fato lhes provocou muito sofrimento. Só quando
passaram a sofrer um pelo outro foi que se deram conta que ali existia amor.
Que aquele sentimento doloroso, que os implorava para ignorar todas as mágoas e
tentar novamente, se chamava amor. Quando eles mergulham naquele relacionamento
é com muitas desconfianças e já prevendo o fim. Para ser mais sincera, eles
sequer começam de fato um relacionamento. Eles próprios não saberiam nomear
aquele “arranjo” que tinham.rs… Não é que o Angelo não desejasse assumir um
relacionamento com a Flora (desde que fosse sem compromisso. Uma relação
“aberta”, é claro), o problema estava no fato da nossa mocinha não desejar tal
coisa. Por mais que quisesse o nosso mocinho, ela não o queria. Não queria se machucar. Não queria quebrar a cara
como a mãe quebrara. Tinha verdadeiro pavor de relacionamentos, embora tivesse
sido noiva anos antes. Lhe faltava confiança até para se entregar a um breve
caso sem compromisso. Mas quando seu poder de resistência mostra-se insignificante
e as coisas se complicam, nossa mocinha mostra que realmente é digna de ser
considerada uma mocinha. E que sequer deveria ser uma mocinha da Lynne Graham,
pois desde quando elas possuem tanta determinação em lutar pelo direito de se
defenderem e de dizer “não” bem na cara dos mocinhos quando eles mereciam isso
e muito mais? Flora, por mais vulnerável e perdida que se sentisse em certos
momentos, não se deixa intimidar pelas circunstâncias e nem permite que o
Angelo governe sua vida. Ela não lhe dá o poder de tomar decisões sérias por
ela. Deixa claro desde o início quem é que mandava nela e que essa pessoa de
modo algum era ele. Ela era dona do próprio nariz e jamais pedira para ele
tentar interferir em sua vida, para começo de conversa. Em alguns momentos ela
até relevava certas coisas, deixava o Angelo achar que estava no controle, mas
quando ele começava a ficar muito engraçadinho ela puxava o freio e o fazia
perceber que não… ela não estava em suas mãos. No momento em
que ficar ao lado dele não fosse mais algo que lhe agradasse, ela simplesmente
faria suas malas e voltaria para sua própria vida, sem olhar para trás. Por
mais que isso a fizesse sofrer. Ela jamais se sujeitaria a um relacionamento
sem confiança, onde tivesse que ouvir palavras ferinas e aceitar todo e
qualquer comportamento do Angelo. E ele logo percebe que ela não estava de
brincadeira. Que com ela seria tudo ou nada. Que se quisesse tê-la, teria que
dançar ao som da música dela. E não é que o nosso mocinho começa a gostar
bastante desse som? rsrs…
“ – Eu odeio você! – declarou Flora, esforçando-se para enunciar
as palavras de rejeição que pareciam vir das profundezas de seu ser. – E estou
indo embora.
Quando Flora foi em direção à porta, Angelo subitamente estava
lá à sua frente, bloqueando-lhe a passagem.
- Eu não a deixarei partir…
- Eu não estou lhe dando uma escolha.
Olhos azuis a encararam com determinação. Ele deu um passo para
mais perto, como se a desafiasse a insistir:
- Eu não permitirei isso!
- Não preciso de sua permissão para deixá-lo, Angelo! – declarou
Flora com raiva. – Então, saia do meu caminho e pare de tentar me impedir!”
- Eu posso dizer, sem pensar duas vezes, que adorei esta história. Não é a melhor história da LG, mas chega bem perto. De uns tempos para cá a LG passou a criar mocinhos menos idiotas e mais racionais. Mais dispostos a ouvir o lado das mocinhas (mesmo que só fizessem isso depois de julgá-las e condená-las por seus supostos pecados), a deixar a mente aberta para outras versões dos fatos. O Angelo é assim. Inicialmente, ele me irritou muito por ter julgado a mocinha sem sequer parar para pensar que as coisas não poderiam ser bem como eram, ainda mais levando em conta que ele fazia parte do mundo dos negócios e sabia bem como as coisas funcionavam. Ele me irritou. Cheguei a ter vontade de gritar dentro do ouvido dele para ver se ele realmente tinha algum problema de audição ou era mera teimosia, mas depois, quando o medo de perder a mocinha se tornou grande demais, ele finalmente resolveu "pensar" e "ouvir". Sim. Foi sob pressão, mas pelo menos ele ouviu a mocinha e tentou ver as coisas pelo lado dela.rs... Uma coisa que me divertiu muito nesta história era o fato da mocinha estar quase sempre no controle da situação, por mais que o Angelo não gostasse de receber ordens, muito menos dela. Mas Flora tinha seu próprio jeitinho de fazer as coisas serem como ela queria.rsrs...
- Dei cinco estrelas ao livro porque apesar de ter uma ou duas coisinhas das quais não gostei muito na história, não é nada que a estrague ou tenha me impedido de amá-la. Eu simplesmente adorei o livro e estou ansiosa para ler o último livro da trilogia. :) O primeiro foi uma grande decepção, mas o segundo até me fez esquecer isso.rsrs... Já não me sinto mais com raiva da autora. Já a perdoei por seu "deslize".rsrs...
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