(Título Original: A Stranger in the Mirror
Tradutora: Ana Lúcia Deiró Cardoso
Editora: Círculo do Livro
Edição de: 1976)
Hollywood, a grande fábrica de ilusões. É na capital mundial do cinema que o jovem comediante Toby Temple fez de tudo para conseguir colocar seu nome no lugar mais alto dos letreiros luminosos. Uma posição que não se alcança apenas com talento, mas à custa de muito trabalho sujo, sexo por interesse e intrigas nos bastidores. Bem-sucedido, mas solitário, ele se apaixona por Jill Castle, uma candidata a estrela que se submetia aos desejos mais pervertidos dos produtores em troca de pequenos papéis. Um segredo que Toby ignora, e que ameaça a sua sonhada felicidade.
(Sinopse retirada do site Saraiva.)
Palavras de uma leitora...
- Sim. Estou num período Sidney Sheldon. Matando a saudade.rsrs... Mas penso que depois desse, darei um tempo. SS direto não é saudável. Muita angústia, nervos à flor da pele, são prejudiciais quando em excesso. E a Jill me provocou tamanha raiva que eu desejei atacar o livro pela janela ou dá-lo para os meus gatos comerem. Não fiz isso por dois motivos: o primeiro (e principal) é que o SS é o MEU autor. E nunca destruiria um livro dele. O segundo motivo é que eu acho pecado, um crime imperdoável, a destruição de um livro, de uma história. Sendo assim, meus gatos ficaram só na vontade. Tenho certeza de que o Alejandro, principalmente, teria transformado o livro num banquete. Ele considera meus livros seus inimigos mortais. Os odeia profundamente.rsrsrs...
Mas vamos falar da história agora. E caso estejam se perguntando se haverá spoiler, a resposta é... SIM!!! Não quer spoiler? Fuja correndo dessa resenha!rsrs... É que simplesmente preciso muito desabafar. E me controlar é impossível. É algo que independe da minha vontade, compreendem? Lo siento! :)
Valerá a pena se apaixonar? Ou, às vezes, o melhor que podemos fazer é fechar nosso coração para qualquer tipo de amor? Penso que... às vezes... amar é algo venenoso. Que nos mata por dentro, lentamente... Ou nos destrói antes que possamos saber de onde partiu o golpe.
Frida estava apaixonada. Queria muito que seu pai aceitasse o pedido de casamento que Paul havia feito. Mas ela sequer precisaria ter se preocupado já que o pai dela desejava livrar-se de sua presença fazia já bastante tempo. Ele nem pensou duas vezes. Entregou sua filha para o jovem aprendiz de açougueiro e ainda aumentou o dote, pois assim o jovem casal deixaria a Alemanha para ir viver na América e ele, ficaria livre da filha para sempre, que é o que realmente queria.
Frida casou-se com Paul cheia de sonhos, acreditando ser amada pelo marido. Mas não demorou muito para ela cair na real. Na noite de núpcias Paul já mostrou o quanto a "amava" e com o tempo a menina amorosa e sonhadora acabou por se transformar numa mulher amargurada e controladora. Cansada de ver o marido destruindo o seu dote e sua paz de espírito, Frida resolve assumir as rédeas da situação. Com o sucesso na área financeira ela passou a controlar tudo e todos à sua volta. E percebeu que precisava de um novo projeto: um filho. Ela engravidou e teve um menino, que era exatamente o que desejava. Toby Temple seria o que ela não conseguiu ser, realizaria os sonhos dela e a levaria para uma vida de fama e fortuna. Ela não sabia como... só o que sabia era que seu filho havia nascido para brilhar e fazê-la brilhar. Era destino.
Toby cresceu com essa certeza, sabendo que seria uma pessoa muito importante e não demorou muito para que todos descobrissem como. Além do rosto de anjo, Toby possuía o dom de fazer as pessoas rirem até não aguentarem mais. Ele podia contar a piada mais ridícula ou mais ofensiva do mundo, ainda assim fazia as pessoas se acabarem de rir. E conforme foi crescendo mais talentoso foi ficando. Inclusive entre as garotas que o adoravam e se entregavam sem reservas. Fossem solteiras ou... não. E com isso a fama de Toby entre os lençóis também cresceu. Ao ponto de uma jovem tímida e cristã também desejar... "experimentá-lo". Só que essa não teve a sorte (ou inteligência) de sair ilesa. Acabou engravidando e metendo os dois em sérios problemas. O pai da jovem, indignado e furioso, queria metê-lo na cadeia, pois a idade da garota transformava aquela relação em algo proibido e Toby podia ser preso como estuprador. Não importava se ela quis, implorou ou pediu por mais. Só que se ele se casasse com a menina, o pai perdoaria sua "ofensa". Toby, amedrontado, aceitou. Odiava a ideia de ter que se prender a alguém e jogar todos os seus sonhos fora. Mas ele nem deveria ter se preocupado. Sua mãe jamais permitiria que seu filhinho querido caísse numa "armadilha" (pois é claro que ele não tinha nada a ver com aquela gravidez. Somente o... "amigo" dele) e já tinha arranjado o jeito perfeito de fazer aquilo não acontecer.
Assim que chegaram em casa, Frida começou a arrumar as coisas do filho. Toby iria embora. Para Hollywood. Estava na hora de Deus cumprir a promessa que lhe havia feito.
Josephine Czinski parecia ter sido amaldiçoada antes mesmo de nascer. Havia perdido o pai no dia do seu nascimento e ela própria quase morrera, presa ao útero da mãe. Havia ficado por tempo demais sem oxigenação no cérebro e o médico quase a declarara morta, mas no último instante seu coração voltou a bater. Uns diriam que ela sobrevivera por um milagre. Outros diriam que foi graças ao demônio. Sua mãe pertencia ao segundo grupo.
Desde pequena Josephine era atormentada por dores de cabeça terríveis, dores essas que a faziam sentir vontade de bater com a cabeça em algo. Dores que faziam sua mãe acreditar que a filha estava sendo castigada por Deus por ser má, perversa, pois nenhum exame acusava nada. Todos davam o mesmo resultado: normal. Sendo assim, além das dores infernais, que a impediam de dormir e a faziam gritar, Josephine ainda foi obrigada a suportar o fanatismo religioso da mãe, que a obrigava a assistir cultos aterrorizantes onde as pessoas diziam coisas horríveis e faziam coisas horríveis, em nome de Deus, é claro. Segundo eles.
Os de fora, diriam que ela teve uma infância normal. Mas somente ela sabia o sofrimento que suportava desde bebê. E ainda por cima existiam as famílias do petróleo. As famílias ricas para as quais a mãe dela trabalhava. A beleza da pequena criança havia feito as mães do petróleo resolverem permitir que a menina convivesse com seus filhos, participasse das festas deles e até comemorasse os aniversários com eles. A menina vivia em dois mundos totalmente diferentes e tudo aquilo era demais para sua cabeça. Era como se ela possuísse duas vidas, fosse duas pessoas diferentes.
Mesmo sendo levada para o mundo das famílias ricas, ninguém nunca permitia que ela se esquecesse de sua origem. Se esquecesse que só estava ali por caridade. Permitiam que ela participasse até mesmo dos concursos de beleza, pagavam para ela participar, mas nunca permitiam que ela ganhasse, mesmo que ela fosse a menina mais linda da região. Era sempre a filha de alguém importante que ganhava. Nunca ela. Os mesmos amigos que brincaram com ela quando criança, foram aqueles que lhe viraram as costas quando a menina foi ficando mais e mais bela. Aquilo era uma afronta, uma ofensa terrível e ela acabou por se excluída definitivamente do mundo deles... ou não. Não podemos esquecer de David Kenyon.
David havia ido estudar fora e quando finalmente voltou, Josephine já estava com 17 anos. Nessa época, ela trabalhava como garçonete e ansiava por uma vida diferente, longe daquele lugar, longe das privações e da mãe fanática. Isso tudo até David voltar. Ela já se sentia atraída por ele no passado, mas quando o reviu... aqueles sentimentos se intensificaram ao ponto de ela só pensar nele. Entre os dois surgiu um sentimento muito bonito e forte. David não se importava com a situação financeira de Josephine nem com o fato dela ser uma simples garçonete. Ele a amava e queria se casar com ela. Só que as coisas nem sempre são como a gente quer.
A influência de outras pessoas, de pessoas muito poderosas e manipuladoras, faz com que o jovem casal se separe e David se case com uma outra menina. Alguém que "combinava" mais com ele. Josephine, destroçada por dentro e sentindo novamente as dores que sempre a perseguiam, vai embora da cidade. Disposta a não voltar nunca mais. Tudo que ela queria era uma nova vida. Um reconheço. Longe de quem um dia ela tinha sido. Ao partir, ela assume uma nova identidade. Jill Castle. Uma jovem que via em Hollywood a sua chance de brilhar. Mas... será que ela realizará os seus sonhos? Conseguirá realmente brilhar? Se sim... qual será o preço? Ela estaria disposta a fazer qualquer coisa (até mesmo vender sua alma ao diabo) para conseguir o que queria? E a pagar qualquer preço? Nunca podemos esquecer que... o preço pode ser alto demais. E as consequências... terríveis.
É em Hollywood que os caminhos de Toby Temple e Jill Castle se cruzarão. De uma forma que mudará para sempre a vida deles dois...
- O quê???????!!! Cadê o spoiler???????!!! rsrs... Eu contei muita coisa, não contei?!rsrs... Só que achei que não teria muita graça contar tudo. Existem coisas que são necessárias descobrir lendo. E hoje não estou com vontade de ser uma completa estraga-prazeres.rsrsrs...
"Era uma grande história de amor, mas era muito mais do que isso: continha todos os elementos do drama e da tragédia clássica gregos."
- Eu gostaria de comentar sobre muitas coisas, mas para isso teria que revelar mais do que o necessário, por isso... Falarei somente o necessário.rsrs...
- Durante boa parte do livro eu desprezei Toby Temple. Pelo filho que ele deixou para trás e jamais procurou saber se estava vivo ou morto, passando fome ou não. Pela forma como ele chegou aonde chegou, a quantidade de pessoas que ele manipulou em sua vida e a forma como sabia ser cruel. Ele era um filho da pontualidade. Não valia um centavo. E não. Suas piadas não me divertiam nem um pouco. Não sei o que tanto as pessoas viam de engraçado nelas. Eu não enxergava a graça. E quando ele zombava ou manipulava as pessoas que tinham lhe estendido as mãos, que gostavam verdadeiramente dele, eu tinha vontade de surrá-lo. Como ele era arrogante e cretino! E não se importava com ninguém além dele próprio. Mas as coisas começaram a mudar... no momento em que Jill apareceu em sua vida.
- E o que eu penso da Jill? Também a desprezei? Vamos começar falando da Josephine. Eu admirava aquela garotinha. Tão inocente e corajosa, suportando bravamente as dores torturantes, sonhando com uma vida melhor. Ela era uma princesa que não merecia a quantidade de sofrimento que suportava. E muito menos a traição do homem no qual confiou. Eu queria proteger aquela criança, salvá-la da mãe louca, daqueles cultos terríveis, daquelas famílias que a viam como um bichinho de estimação que tiravam de suas vistas quando se cansavam, da traição do David. Eu ainda a via como a criança assustada que não tinha ninguém que realmente se importasse com ela. E durante muito tempo eu me preocupei com a Jill e torci por ela (lembram de A Senhora do Jogo? Sim. O mesmo tipo de decepção), desejei vê-la vencer, vê-la ser feliz. Até mesmo quando ela fez coisas degradantes eu ainda acreditava que ali, em algum lugar, a Josephine ainda existia e que em algum momento ela apareceria. Mas ela não apareceu. Nunca. E respondendo a pergunta inicial: sim. Eu desprezei a Jill. E jamais a perdoarei por ter matado a Josephine.
- Apesar da quantidade de coisas que me deixaram angustiada e arrasada, é uma história que vale a pena ser lida. Talvez não para todos, mas quem é fã do SS talvez goste da história. Eu gostei bastante, pois como todo livro do meu autor, esse também é bem escrito e viciante. Não conseguimos abandonar a história enquanto não chegamos ao seu final. Quanto mais lemos mais queremos ler.
"Numa mesa de cozinha com tampo de mármore, estava um lindo bolo de casamento de seis camadas, e no topo delicados bonequinhos feitos de açúcar, representando um noivo e uma noiva.
Alguém tinha esmagado a cabeça da noiva.
'Foi naquele momento', Dessard costumava dizer aos clientes, no seu bistro, 'que eu soube com certeza que alguma coisa terrível estava para acontecer."
Com todas essas emoções que o livro passa me deixa com um pouco de receio de ler, de emoções fortes ja basta a vida mas estou muito curiosa, já não é a primeira resenha que vejo ao que percebi esse livro é bem popular assim como o autor apesar de nunca ter ouvido falar dele.
ResponderExcluirhttps://rescreventudo.blogspot.com.br/
Eu recomendo muito o Sidney Sheldon!!! Sou fã incondicional deste autor. Já li quase todas as suas histórias e nunca me decepciono. :D
ResponderExcluirNão indicaria que você começasse por Um Estranho no Espelho. É uma ótima história, mas sempre recomendo como primeiro livro do autor o Se Houver Amanhã. É o meu preferido.
Um Estranho no Espelho não é uma leitura leve, como nenhum livro do Sidney é, mas vale tanto a pena! É um livro que mexe com a gente, mas nunca me arrependi por lê-lo. De qualquer forma, não comece por ele!rs Leia antes Se Houver Amanhã, Nada Dura para Sempre, Um Capricho dos Deuses...