4 de março de 2025

A Guerra das Rosas - Shannon Drake (segunda leitura)

 

Literatura norte-americana
Título Original: Lie Down in Roses
Tradutor: Luís Fernando Martins Esteves
Editora: Nova Cultural
Edição de: 2005
Páginas: 314

1ª leitura de 2025

Sinopse: Valeria a pena pagar o preço da inocência para salvar sua terra?!

Eles nasceram para ser inimigos e destinavam-se a ser amantes... personagens de um perigoso jogo de intriga e paixão em que o preço era a inocência de uma mulher... e o prêmio era o coração de um homem!

A bela e voluntariosa Genevieve faria qualquer coisa para salvar seu amado castelo de Edenby... até partilhar o nome – e a cama – com seu mais traiçoeiro inimigo. Ele era lorde Tristan de La Tere, cavaleiro e nobre. Magnífico na batalha, liderou por terra seu exército invasor, apenas para se tornar prisioneiro do charme sensual da donzela que secretamente tramava sua destruição...


                Releituras nem sempre dão certo...rs A Guerra das Rosas foi minha primeira leitura de 2025. Levei apenas 24 horas para concluir o livro, entre 09 e 10 de janeiro, mas demorei para vir até aqui escrever este post não só pela correria do dia a dia... Tive alguns problemas com este romance que, em 2012, me encantou completamente e me fez dar 5 estrelas e incluí-lo na minha lista de favoritos sem pensar duas vezes. Mais de uma década depois, ao relê-lo, não consigo ver a história com os mesmos olhos e isto me deixou um tanto triste.kkkkk Porque eu lembro de ter amado profundamente este livro, gente! E perceber todos os seus problemas agora me deixou um pouco abalada.kkkk

                A verdade é que, ao reler minha resenha (link para a resenha aqui), percebo que enxerguei todos os problemas do livro ainda em 2012, mas que "passei pano" para o mocinho e para todas as questões intoleráveis. Também sei que já fiz isso com outras obras ao longo da minha vida como leitora e que muitas vezes expliquei meus motivos nas próprias resenhas, geralmente separando ficção de realidade, ou seja, deixando claro que não é porque tolero algo na literatura que faço o mesmo na vida real. Claro que não! Só que... Existem coisas que não está dando para tolerar nem na ficção, queridos! Que não consigo mais engolir. A Luna de hoje está menos tolerante com certas narrativas, certas cenas... com a permissão dada para os mocinhos das histórias agirem como quiserem e as mocinhas (e também nós leitores) perdoarem. 

                Quem é leitor mais antigo do blog, sabe que sou uma fã incondicional da série Lei e Ordem - Unidade de Vítimas Especiais, que acompanho desde o início da minha adolescência. Já deve ter uns dezessete anos que conheço e assisto esta série maravilhosa, tão sensível e humana, que aborda crimes sexuais, agressões físicas e assassinatos, geralmente cometidos contra mulheres e crianças. Nela, vemos a luta dos detetives e da promotoria para que as vítimas consigam justiça. A série está atualmente em sua 26ª temporada e já assisti todos os episódios de todas as 25 temporadas anteriores, estando em dia com a temporada atual. A Luna que tem esta série como a sua favorita de toda a vida, não pode ser a mesma Luna que vá ficar passando pano para violências do tipo em supostas histórias de amor

                Eu estou muito cansada de livros assim. Entendo que ele foi escrito na década de 80, uma época totalmente diferente da que vivemos hoje, quando muitas coisas eram consideradas aceitáveis, na literatura e fora dela, mas são livros que não se encaixam mais na minha vida. Que li muito no passado, que estiveram bem presentes em minha adolescência e parte da vida adulta, que passei pano sim muitas e muitas vezes, até porque era muito nova e sonhadora, acreditando que a suposta redenção do personagem ao final do livro o tornaria digno do perdão da mocinha para viverem felizes para sempre. Eu entendo tudo isso e respeito muito a Luna que fui e tudo o que senti ao ler cada livro e escrever sobre eles. Tudo foi válido e contribuiu para minha formação como pessoa. Guardo com muito carinho cada um desses momentos, dessas experiências, dos livros e das resenhas. Nunca apagarei nenhuma dessas resenhas e nem excluirei tais livros das minhas memórias. Só não funcionam mais para a Luna de hoje. Não cabem mais no meu presente. 

                Mas, Luna, você está falando como se soubéssemos exatamente quais problemas existem no livro, como se soubéssemos do que você está falando! Claro que não sabem, por isso está na hora de explicar por que me decepcionei muito ao reler A Guerra das Rosas. Cuidado com os spoilers abaixo! Se não quiserem spoiler, parem de ler agora! 

                Este post não é uma segunda resenha sobre a história. Apenas estou comentando os motivos pelos quais reler A Guerra das Rosas me deixou um gosto amargo. 

                No livro temos uma situação de "inimigos que se apaixonam". Os protagonistas defendem lados opostos de uma guerra que ficou conhecida como a "guerra das rosas" no século XV. Tristan sofreu uma grande e terrível perda durante essa guerra, pois o rei que ele defendia ordenou a morte de toda a sua família, de forma bastante cruel. Ele, então, passa a lutar do outro lado, mas a família de Genevieve continua do lado "errado". Por conta desta lealdade, as terras da família dela acabam invadidas, o pai e o noivo dela são assassinados e ela se torna escrava dentro de sua própria casa, que passa a pertencer ao Tristan. É uma situação caótica e entendo perfeitamente toda a revolta e busca por liberdade da mocinha. Eu nunca aceitaria viver tudo aquilo. Também lutaria, também tentaria fugir. 

            Mas... Como é um romance, a mocinha acaba se apaixonando pelo mocinho, apesar de acreditar que foi ele quem matou seu pai e seu noivo durante a invasão das terras. E é por acreditar que ele foi o responsável que ela luta contra esse sentimento. Ela não vive uma situação fácil, é prisioneira em sua casa, está sempre sendo trancada no quarto por ele... Tem todos os motivos para lutar contra a síndrome de Estocolmo/suposto amor que ele despertou nela. E então ela fica grávida... 

                 Tristan tinha passado meses fora por seus negócios na guerra. E quando ele retorna, a barriga dela já está aparecendo. Ele percebe que ela está grávida. Como a reação dele é uma das piores possíveis, a mocinha sente uma insegurança e um desespero muito grande e acaba falando algo sem pensar, como se tentasse SE DESCULPAR por estar grávida. Sim! Ele a fez se sentir tão horrível, que ela sentiu culpa por ter engravidado, como se a responsabilidade fosse unicamente dela. E o que ele faz quando ela diz algo sem pensar? DÁ UM TAPA NO ROSTO DELA!!! Sim!!! Pensem em como meu sangue ferveu quando eu li tal cena! Sinceramente, eu não sei o que se passava pela minha cabeça no passado para ter perdoado tal coisa! Como eu disse, não vou julgar a Luna de mais de treze anos atrás, mas é difícil de entender que eu tenha dado cinco estrelas e favoritado tal livro! 

                Diante do que o Tristan fez, a Genevieve surtou, com toda a razão do mundo! Só que ela ficou tão descontrolada que não pensou em nada e fugiu. De um modo bem desesperado, quase resultando em sua morte. Ele consegue detê-la, se mostra muito arrependido, diz que nunca mais iria fazer tal coisa e ela, fragilizada pela situação na qual estava, sem ter para onde ir e apoio de absolutamente ninguém (nem da tia dela, que era sua única parente viva), acaba ficando e tentando se conformar com sua vida. Mas este não será o único episódio de violência do Tristan contra a Genevieve. A promessa de não repetir a violência é logo esquecida quando ele acredita que ela fez algo contra ele. Quando tal cena acontece, Genevieve já deu à luz, está com o bebê muito pequeno ainda, e ele a derruba com um tapa simplesmente por tirar as próprias conclusões sobre algo que aconteceu e que nem era culpa dela. Ainda que fosse! Nada dava a ele o direito de agredi-la!!! 

                    É tanta coisa inaceitável que tem nesta história! A própria cena do casamento deles é uma violência, porque ela não queria casar. E todos a forçam a isso. Literalmente. Até a tia dela. O padre sabe que se trata de um casamento forçado, porque ela é arrastada até o local da cerimônia, o Tristan mantém a mão na boca dela para impedi-la de dizer qualquer coisa e todos ali presentes assinam como testemunhas de que ela queria casar, sabendo que tudo foi forçado, que ela foi literalmente arrastada e impedida de dizer que não queria o casamento. Quando tudo termina, ela diz para o padre que não era válido, e ele diz que foi tudo válido sim, que ele diria que o casamento era válido. Foi uma cena tão bizarra e revoltante! 

               Eu preferia não ter relido este livro, sinceramente!kkkkk Porque eu tinha uma memória afetiva, guardava a história com carinho no meu coração. E relê-la mudou tudo. Porque enxerguei CLARAMENTE tudo que tem de errado nela, todas as situações de violência e desrespeito, tudo o que tem de revoltante no livro. E isto, é claro, matou a história no meu coração. O que doeu bastante. Quem é leitor apaixonado por livros como eu, que mergulha por inteiro nas histórias e vive tudo com os personagens, pode entender como me sinto. Quando guardamos livros no nosso coração e depois os relemos e percebemos que nada era como tínhamos lido da primeira vez, isso machuca. Senti uma tristeza muito grande ao concluir a releitura. Preferia não ter passado por isso. 

                 Por respeito à Luna que leu esta história no passado e a amou profundamente, eu não reavaliei o livro. Deixei com as estrelas que tinha dado treze anos atrás. 

                    E é isto, queridos! Este ano só concluí a leitura de 3 livros até agora e não foram boas experiências.kkkk Pretendo trazer a resenha dos outros dois em breve! 


Bjs! 


1 de janeiro de 2025

Metas Literárias para 2025



Olá, queridos!

Feliz Ano Novo! Que 2025 seja um ano de bençãos e realizações! Que seja um ano muito feliz!


É chegado o momento de falar sobre as minhas metas literárias para este novo ciclo.rs Nem preciso dizer que boa parte dos meus planos para 2024 deu errado, né?kkkkk Tudo o que planejava para as leituras não saía como eu queria. Até que desisti.rs Nem farei um levantamento das metas do ano passado. Li ao todo 20 livros, mas a maioria deles não estava originalmente nos planos, então... 

Vamos ao que interessa!

Pensei em fazer uma lista de 25 livros para 2025, mas seria muita ousadia.kkkkk Então, fiquei com 12 livros mesmo e alguns clubes literários que resolvi manter neste novo ano. 

Não podemos falar das metas literárias sem mencionar os 31 livros para ler antes dos 31 anos. Faço trinta e um anos em 01 de julho e concluí até agora a leitura de apenas UM livro da lista. :D Isto significa que é praticamente impossível finalizar o desafio até o meu próximo aniversário. O que significa também que quando chegarmos em 01 de julho, farei a lista de 32 livros para ler antes dos 32 anos, repetindo boa parte dos livros que estavam na lista anterior.kkkk E assim vamos vivendo...rsrs


-> 12 Livros para ler em 2025

1. Uma Noite Escura - Elizabeth Gaskell
2. Que falta você me faz - Harlan Coben
3. Vamos comprar um poeta - Afonso Cruz
4. O professor - Charlotte Brontë
5. La Tía Cósima - Florencia Bonelli
6. Caminhos de Paixão - A História de La Diana - Parte I - Florencia Bonelli
7. Caminhos de Paixão - A Vingança de La Diana - Parte II - Florencia Bonelli
8. A mão e a luva - Machado de Assis
9. Ressurreição - Machado de Assis
10. Meditações - Marco Aurélio
11. Os Tambores do Outono - Diana Gabaldon
12. Til - José de Alencar

- Caminhos de Paixão, parte I, é uma leitura que eu concluí há cerca de dois anos. Acontece que é Florencia Bonelli, uma das minhas autoras favoritas da vida, e nunca cheguei a finalizar a resenha do livro ou seguir lendo a série. Com o agravante de a Diana ter se tornado a minha mocinha preferida da autora! Não faz sentido, portanto, não ter feito resenha nem prosseguido com a leitura dos outros volumes. Por isso, irei reiniciar a leitura da série, relendo o primeiro volume. É um imenso desafio, pois trata-se de uma história bem pesada e passar por tantas cenas dolorosas de novo será difícil. 

- Em relação a La Tía Cósima, da mesma autora, também irei voltar a ler do início. Este eu não finalizei, mas por conta dos compromissos do ano de 2024, eu acabei deixando o livro abandonado por meses. E é uma leitura que estava me encantando. Assim, está nos meus planos recomeçar. 


Os livros a seguir fazem parte de clubes de leituras. No ano passado, eu tentei participar de diversos clubes, mas não tinha como dar certo, no meio de todas as mudanças que ocorreram. Estou cursando duas licenciaturas, trabalhando, fazendo pós-graduações e alguns cursos de extensão. Não dava para priorizar os clubes, por mais que isso me entristecesse. 

Tomei a decisão de sair de alguns deles. Abaixo estão os livros dos clubes dos quais ainda tentarei participar em 2025. Clique no título do clube para ser enviado para a página oficial de cada um deles. 

-> Aventuras na Leitura, criado pela Kelly 

1- O Nome da Rosa - Umberto Eco
2- As Meninas - Lygia Fagundes Telles 
3- O Senhor das Moscas - William Golding 
4- Quarenta Dias - Maria Valéria Rezende
5- A Máquina de Fazer Espanhóis - Valter Hugo Mãe
6- O Conto da Aia - Margaret Atwood

- Os livros do segundo semestre ainda não são conhecidos nem pela própria Kelly!rs Isto porque ela vai abrir votação provavelmente ainda este mês para que os leitores escolham os seis próximos livros. 



1- Trilogia Suja de Havana - Pedro Juan Gutiérrez (leitura concluída)
2- Nossa Senhora do Barraco - Gabriela Cabezón Cámara
3- O Gaúcho Insofrível - Roberto Bolaño
4- Pássaros na Boca - Samanta Schweblin
5- Feliz Ano Velho - Marceli Rubens Paiva
6- Voladoras - Mónica Ojeda

- Também não sabemos quais serão os livros escolhidos para o segundo semestre deste clube. 



1- Funes, o memorioso - Jorge Luis Borges (leitura concluída)
2- O menino sujo - Mariana Enriquez
3- Isto é literatura feminina - Luci Collin
4- A moralista - Dinah Silveira de Queiroz
5- São Marcos - João Guimarães Rosa
6- A Groselheira - Anton P. Tchékhov
7- Só vim telefonar - Gabriel García Márquez
8- A autoestrada do sul - Julio Cortázar
9- As aventuras de um esposo - Italo Calvino
10- Fundo falso - Rafael Gallo
11- A queda da Casa de Usher - Edgar Allan Poe
12- Abstração informal - Adriana Lisboa



1- A caixa preta - Amós Oz
2- Triste não é ao certo a palavra - Gabriel Abreu
3- Precisamos falar sobre o Kevin - Lionel Shriver


E é isso, queridos!

Até breve!


31 de dezembro de 2024

Encerrando 2024

 


Olá, queridos!

Animados para o novo ano? 2024 foi um ano muito difícil para mim e isto afetou significativamente o blog como um todo. Apareci poucas vezes, só fiz a resenha de duas histórias, embora tenha concluído a leitura de 20 livros e senti que realmente abandonei o Emoções à Flor da Pele, meu cantinho tão querido e que tento manter vivo há quase quinze anos. 

O ano começou com o meu pedido de demissão do emprego na empresa em que trabalhava, por vários motivos que não vale a pena mencionar aqui. Foi uma atitude de amor-próprio, de olhar para dentro de mim depois de tanto tempo me colocando em último lugar. 

A decisão causou um impacto emocional bem forte, mas sobrevivi. Logo depois, resolvi realizar meu sonho de cursar letras. Me matriculei no curso e estou muito feliz com a minha decisão. Só que poucos meses depois eu descobri que também queria cursar pedagogia, por ter me apaixonado pela educação inclusiva e acreditar que a pedagogia é a base para as futuras especializações na área, para que eu possa contribuir para a educação inclusiva de crianças e adolescentes com deficiências. Assim, atualmente estou cursando letras e pedagogia ao mesmo tempo. Foram decisões que trouxeram alegria para a minha vida, que me fizeram um bem que não dá para colocar em palavras. 

Não abandonei minha primeira formação. Sigo trabalhando na área, só que agora de forma autônoma. É muito mais difícil assim, mas fiz minha escolha de forma consciente. E também estou trabalhando numa escola, como agente de apoio à educação especial. Ou seja, um ano bem intenso, de muitos compromissos e reviravoltas. Um ano difícil, mas que trouxe um novo rumo para minha vida. Um ano de mudanças e de decisões essenciais. 

No meio de todas as mudanças e decisões, tive que lidar com a forma como tudo isso atingiu o meu emocional. Por mais positivas que as mudanças tenham sido, eu nunca lidei bem com mudanças.kkkkkk Sempre sofri muito com isso, então tive que buscar uma força interior que não sabia que possuía para poder seguir em frente, para não voltar atrás e continuar no local "cômodo", sem arriscar, sem avançar. E confiei em Deus. Entreguei tudo nas mãos dEle. Ele me conhece melhor do que eu mesma e sabe o que é melhor para mim. Confiei que Ele estava no controle. E que tudo daria certo. 

O que me entristeceu foi ter deixado o Emoções à Flor da Pele abandonado. É verdade que eu assumi muitas obrigações ao longo do ano e tive que estudar e trabalhar muito. Realmente não tinha tempo para aparecer como desejava e isso me deixava triste. Eu sei que blogs não são lidos como antigamente, que hoje é Instagram, Youtube, TikTok e similares, mas eu sou dos blogs, queridos. Enquanto o blogger existir, seguirei sendo blogueira literária, seguirei falando da minha paixão pelos livros aqui. Porque este é meu cantinho amado, de refúgio, de prazer. Eu amo escrever aqui. O Emoções à Flor da Pele faz parte de mim. 

Encerro 2024 agradecendo a Deus por tudo. Por mais difícil que este ano tenha sido, ele foi importantíssimo na minha vida. E sei que devo tudo a Deus. Obrigada, Senhor, por não ter me abandonado. Por ter segurado minhas mãos, por me dar novas chances, por olhar para dentro de mim e me salvar. Obrigada pela minha família e amigos! E obrigada pelo blog também, Senhor! Eu o criei num momento complicado da minha vida e sei que nisto também estava o seu agir. Os livros me salvam diariamente. O blog me salvou há quase quinze anos. E sei que os livros e esta paixão que tenho pela literatura vêm de Ti. Porque tudo na minha vida vem de Ti, Jesus. Obrigada!

Prometo a mim mesma que em 2025 cuidarei melhor do meu cantinho amado. Estudar é necessário, trabalhar também. Mas em 2025 pretendo reservar momentos exclusivos para o blog, pois, como eu disse, ele faz parte do que sou. E não o deixarei para trás de novo. 

Feliz Ano Novo, queridos!

30 de dezembro de 2024

Leituras concluídas em 2024 - Parte 2




Olá, queridos!

Eu escrevi no post Leituras concluídas em 2024 - Parte 1, o motivo de ter precisado dividir em duas partes. Isto aconteceu porque o blog não permite que eu coloque o nome de todos os autores na parte de "marcadores", por ter um limite de caracteres. Era dividir ou não mencionar todos os autores, então fiquei com a primeira opção.rs

Mas vamos à continuação dos livros lidos em 2024!





Noite com o inimigo, de Abby Green, é um delicioso romance de banca que li para ter um alívio entre leituras pesadas. Para poder sonhar um pouco, sabe? Aqui temos um casal que se reencontra após quase dez anos separados pelas mentiras e o ódio existente entre suas famílias (bem ao estilo Romeu e Julieta). O mocinho  jura que tudo o que deseja é se vingar da mocinha. Ela, por outro lado, só quer salvar a vinícola da família. Mas a verdade é que o amor do passado está tão vivo quanto antes. Eu gostei muito de acompanhar o romance desses dois! Foi realmente um alívio entre tantas leituras densas. Link para a resenha aqui

A sala de espera da europa, de Aimée de Jongh, é um livro que nos dá um soco no estômago. Nos faz encarar a realidade de desespero de refugiados, que tentam acreditar numa vida melhor, mesmo que o cenário seja de angústia. Como eu disse logo após encerrar a leitura, nós reclamamos muito da vida. E esquecemos de agradecer por termos o básico, dando como certo que sempre o teremos. Não valorizamos o banho, poder usar um banheiro para as necessidades do corpo, poder beber água potável. Comer. Preparar comida em condições higiênicas. Ter um teto. Poder estudar e trabalhar. Não agradecemos por esses privilégios. Não paramos para pensar que muitas e muitas pessoas não têm nada disso. 

As relações perigosas, de Choderlos de Laclos, foi uma releitura maravilhosa! Este é um livro que me impactou muito alguns anos atrás, quando a minisserie da Globo, intitulada Ligações Perigosas, me fez desejar conhecer a história original. Um livro que se tornou extremamente relevante na minha vida, por todas as questões abordadas na obra, pela construção dos personagens, pela forma como o bem e o mal é tratado e por ter mexido tanto com minhas emoções. Quando soube que ele faria parte do projeto de leitura coletiva da Kelly, do Aventuras na Leitura, eu quase gritei de felicidade.kkkk Foi uma experiência incrível relê-lo e debatê-lo com os outros leitores do clube. Link para a minha resenha feita em 2017 aqui





A intrusa, da Júlia Lopes de Almeida, é mais um daqueles clássicos nacionais, escritos por mulheres, que ficaram por muito tempo esquecidos. Nele temos um viúvo que vive preso às lembranças de sua falecida esposa, com a filha do casal sendo criada pelos avós maternos enquanto ele se dedica ao trabalho e ao luto. Um dia, ele decide que precisa de uma governanta para sua casa, alguém que administre as coisas típicas de um lar, para que ele consiga se sentir confortável em sua própria casa e possa também conviver mais com a filha, que necessitaria de uma presença e orientação feminina. Acontece que a chegada da jovem não é bem aceita pelos pais da falecida mulher do protagonista, principalmente por sua mãe, que vê na nova governanta uma ameaça. É um livro curto e muito interessante. A história gira em torno desse drama, de um homem que acredita que tem que ser fiel eternamente a uma mulher que não está mais viva, a mãe da falecida tentando manter o fantasma da filha na casa em que ela viveu com o marido, responsabilizando-o e condenando-o por cada mudança, por qualquer coisa que fuja do que sua filha gostaria que fosse a morte em vida do marido, e uma criança no meio disso tudo, influenciada pela conduta da avó, ao mesmo tempo que começa a se deixar encantar pela jovem governanta que se torna uma referência materna para ela. Eu gostei muito do livro e tenho planos de ler todos os livros escritos pela autora. 

Jogos malignos, de Angela Marsons, é uma daquelas histórias que tinha tudo para ser incrível, de arrepiar, mas que se perdeu pelo caminho. Eu conheci a autora através do maravilhoso Gritos no silêncio, um livro impactante, que mexeu profundamente comigo e me fez desejar com desespero ler o restante da série protagonizada pela detetive Kim Stone. Jogos malignos é o segundo livro da série. Nele temos uma psiquiatra que utiliza a medicina não para ajudar seus pacientes, mas para arruiná-los, manipulando-os a destruírem outras pessoas e se destruírem. Porque tudo faz parte do seu projeto, no qual ela tenta provar que qualquer pessoa pode ser manipulada a fazer algo, pode ter sua mente controlada por outra pessoa e cometer atrocidades sem sentir remorso. Como eu disse, é uma história que poderia ter dado certo, poderia ser eletrizante, mas que se perdeu. O livro não se sustenta. Não sei como explicar, mas além de ter várias lacunas que precisavam ser preenchidas, falta consistência. Vale a leitura apenas para quem quer conhecer todos os livros da série. 

Tudo é rio, de Carla Madeira, é um livro nacional aclamado, sem qualquer defeito para a grande maioria dos leitores. Um livro que NÃO funcionou comigo. Este livro tem tantos problemas e já falei tanto sobre isso durante a reunião do clube de leitura, que nem tenho energia para seguir falando de um livro que me impactou de forma tão negativa e que me desanimou em relação aos outros livros da autora. Esta leitura foi para o clube de leitura da Kelly, do Aventuras na Leitura. Outro livro dela faz parte de um outro clube do qual participo, mas ainda não decidi se lerei. Tudo é rio é um livro irresponsável, com um final impossível de aceitar, sobretudo numa sociedade como a nossa, em que mulheres são tratadas como nada por homens que não aceitam "não" como resposta e cometem feminicídio como se não estivessem matando pessoas. Ler um livro como este, com o tema da violência doméstica tratado da forma como a autora tratou, me repugnou. Eu não consigo acreditar até agora no que a autora fez. Não cabe na minha cabeça alguém escrever um livro assim, com um final como aquele. 




Conversas com um jovem professor, de Leandro Karnal, foi um livro muito bom de ler, sobretudo porque agora estou cursando licenciaturas e amei a forma realista como o autor falou da educação e da difícil tarefa de ser professor. Nada são flores. Se você ama a educação, acredita que ela ainda pode mudar o mundo e sonha em ser professor, é bom fazê-lo com os dois pés no chão, ciente de que não é nada fácil e que professores não são valorizados. Ainda assim, é prazeroso. Porque quando você faz o que ama, por mais difícil que seja, você sente prazer em trabalhar com aquilo. Simplesmente porque é algo que dá sentido para sua vida. Eu gostei muito do livro, nele existem indicações de outros livros e até de filmes, que com certeza irei assistir. 

Las niñas perdidas, é mais um livro da Angela Marsons, o terceiro da série da detetive Kim Stone. Ele foi publicado no Brasil com o título Infâncias Roubadas, mas eu li em espanhol porque estava disponível gratuitamente para leitura na biblioteca virtual BiblioSP. Neste livro não temos a mesma emoção de Gritos no silêncio, mas com certeza é muito melhor que Jogos malignos. Nele, a detetitve Kim Stone tem que correr contra o tempo e ser mais esperta que uma mente assassina e perversa para poder salvar duas meninas que foram sequestradas. O assassino por trás do sequestro não está interessado apenas em dinheiro, mas em jogar com as duas famílias e seus sentimentos. Ele promete desde o início que apenas uma das garotas irá sobreviver, que terá a filha de volta a família que pagar mais. Não existe a opção de pagar pelas duas. Apenas uma sobreviverá. Entendem a perversidade do jogo desse doente? É um livro muito bom, que nos mantém angustiados até a reta final e torcemos muito para que a Kim consiga salvá-las. Sem sombra de dúvidas, a Kim já é uma das minhas personagens favoritas da literatura. 

Oliver Twist, do Charles Dickens, foi mais um livro lido para o clube do Aventuras na Leitura. Chorei muito com esta história. Ela mexeu com meus sentimentos de uma forma que não dá para colocar em palavras. A sensação de impotência, de não poder mudar as coisas, de não salvar todos os personagens que eu gostaria que tivessem sido salvos... Até mesmo falar do livro agora me provoca dor. Nele, tive que suportar a perda de mais de um personagem que amei demais. E ainda não consigo aceitar. É um dos meus livros favoritos do ano e da vida. 





Como agarrar uma herdeira, de Julia Quinn, é um livro que estava na minha lista há séculos e que nunca conseguia ler. Na reta final do ano, deixei de lado O Nome da Rosa, pois a leitura não estava funcionando por conta da ressaca provocada por Oliver Twist, e decidi que iria mergulhar neste romance de época para me desestressar.rs Estava desesperada por um livro leve, que me fizesse rir, que me fizesse sonhar e fugir um pouco da realidade. Deu certo!kkkkk Blake e Caroline me fizeram rir bastante e torcer para o seu final feliz. Ela é uma mocinha que perdeu os pais muito cedo e caiu nas mãos de tutores que quiseram se aproveitar dela e de sua herança, até que decide fugir e se esconder enquanto aguarda a maioridade, quando então estará livre para viver a própria vida. Ocorre que durante a fuga ela é sequestrada por Blake, que trabalha a serviço do país e acredita que ela é uma espiã. A história dos dois se desenvolve a partir deste engano e é muito divertido de acompanhar. Não sei se farei resenha do livro. Como pretendo resenhar a maior parte dos livros que vier a ler em 2025, e este é o primeiro de uma duologia, é provável que eu faça uma resenha dupla no ano que vem. 

Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, da maravilhosa Clarice Lispector, é mais um livro da autora que me deixou em "carne viva". Não tenho como expressar de outra forma como este livro mexeu comigo, como se me lesse por dentro, como se a autora entrasse na minha alma, entende? Eu passei meses presa à história porque não era capaz de lê-la de uma vez, de tão sem fôlego que me deixava. Eu sentia o livro. Sentia de uma forma... Não dá para explicar, gente! Este livro desnudou minha alma por inteiro, me impactou, me fez encarar sentimentos que eu não queria enfrentar. Me deixou em pedaços e ao mesmo tempo inteira. Enfim... É Clarice. Quem já leu as obras da Clarice sabe do poder que ela tem de invadir nossas vidas e nosso interior com suas palavras. 


É isto, queridos! Divididos em dois posts, estão todos os 20 livros que li este ano. Espero que em 2025 eu consiga me dedicar à leitura como desejo e que leia livros maravilhosos! Desejo o mesmo para vocês! Boas leituras!


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